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Hades |
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La Barca de Caront - Josep Beniliuri Gil - Museu de Bella Arte de València |
TOCAIA
Vigia-me o Caronte, em transversal
soslaio
De uma moita espessa de melenta Bobenta
Mira a carabina em meu, vazio, balaio
Disposto sobre o lombo dessa vida jumenta
De uma moita espessa de melenta Bobenta
Mira a carabina em meu, vazio, balaio
Disposto sobre o lombo dessa vida jumenta
As rédeas se arrebentaram, e segue a mula vida
Desprovida de sua rota e tosca indumentária
No lombo as pisaduras de antigas feridas
Adquiridas durante essas lidas, agrárias
Desprovida de sua rota e tosca indumentária
No lombo as pisaduras de antigas feridas
Adquiridas durante essas lidas, agrárias
Minha bruaca e canastra, também jazem vazia
Trote trôpego faz, hoje, a minha xucra alimária
Sobre a lápide de lage escura e a argila fria
Trote trôpego faz, hoje, a minha xucra alimária
Sobre a lápide de lage escura e a argila fria
Que já reservada, pra minha tumba mortuária
Escorpiões já reclamam a minha companhia
Minhocas me esperam, sob a raiz da Brachiária
Escorpiões já reclamam a minha companhia
Minhocas me esperam, sob a raiz da Brachiária
VIOLEIRO MINEIRO CAPIAU
EM 15/02/2016... rinchando...
EM 15/02/2016... rinchando...
Caronte é o barqueiro que
leva as almas das pessoas mortas para o Hades, atravessando o rio Aqueronte, um
rio de águas turbulentas que delimitava o inferno. Ele é um velho muito magro,
porem muito forte e só atravessava os mortos que fossem devidamente sepultados
e cobrava por este serviço, dai vem o costume de sepultar os mortos com duas
moedas sobre os olhos. Caso a alma de alguém que não tivesse tido acesso a
um velório correto tentasse passar o Caronte o impediria, e este deveria vagar
por cem anos, para cima e para baixo a margem do rio, até que pudesse enfim
atravessar.
Nenhum vivo poderia atravessar pelo barco de Caronte, a não ser que carregasse um ramo de acácia, arvore consagrada a Persefone, deusa raptada por Hades para ser sua esposa. Além dele, só Morpheus, Hecate, Hermes e Thanatos tinham livre acesso ao mundo subterrâneo e só alguns poucos mortais se arriscaram a atravessar como Hercules, Enéias e Orpheu.
Nenhum vivo poderia atravessar pelo barco de Caronte, a não ser que carregasse um ramo de acácia, arvore consagrada a Persefone, deusa raptada por Hades para ser sua esposa. Além dele, só Morpheus, Hecate, Hermes e Thanatos tinham livre acesso ao mundo subterrâneo e só alguns poucos mortais se arriscaram a atravessar como Hercules, Enéias e Orpheu.
Caronte era muitas vezes
retratado com uma máscara de bronze na qual ocultava sua verdadeira face
macabra que faria os recém-mortos repensarem em entrar na barca.
Filho de Erebus [deus da Escuridão] e Nix [deusa da Noite], Caronte recebeu esta tarefa após tentar roubar a Caixa de Pandora, no que foi surpreendido por Zeus. No início fazia a travessia junto a seu irmão gêmeo Corante.
Filho de Erebus [deus da Escuridão] e Nix [deusa da Noite], Caronte recebeu esta tarefa após tentar roubar a Caixa de Pandora, no que foi surpreendido por Zeus. No início fazia a travessia junto a seu irmão gêmeo Corante.
Corante notou que as
gorjetas ficavam cada vez mais escassas, e quando haviam, eram valores muito
menores que de costume. Começou a duvidar do irmão. Um dia descobriu que
Caronte estava lhe roubando. Pegava a gorjeta antes que ele visse e desviava
parte do faturamento para si. Brigaram por 13 meses [de 28 dias cada] e um dia.
Os mortos perambulavam
livremente pela terra durante este período, pois não havia quem os conduzisse
para o Outro Mundo. No 365º dia, Caronte matou seu irmão, afogando-o no rio. O
corpo de Corante se dissolveu e tingiu o rio de vermelho.
Excelente momento poético, mensagens nas entrelinhas dos versos, muito peculiar nos poemas de Violeiro Mineiro Capiau, um texto profundo que ficou mais suave, pela pesquisa e imagens de Jorge. Tudo lindo e expressivo. Parabéns a ambos!
ResponderExcluirMuito grato, querida poetisa!
ExcluirUma página muito expressiva, uma temática profunda, mas muito inteligente, que com as imagens e informaçóes do poeta Jorge. Tornou o tema bem suave. Parabéns a ambos!
ResponderExcluirObrigado, gentil amigo! Realmente o Poeta mestre Jorge sabe colocar bem os temas e esclarecer os pontos!
ExcluirGostei de tudo... inteligente e expressivo é o poema do amigo Violeiro. E com o toque sábio do poeta Jorge, com suas imagens qu falam, a página ficou show! Parabéns a ambos!
ResponderExcluirObrigado, gentil amiga!
ExcluirMais uma vez, obrigado, ao mestre Jorge, pela oportunidade de divulgação de mais um poeminha de capiau... abçs!
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