A Criança e a Tataruna (Tata runa)
Após ter deixado o tio que a ensinou que todos
somos mágicos, a criança continuou correndo pela praça. Logo adiante parou ao
ouvir um choro baixinho e fraquinho, olhou para todos os lados e não viu
ninguém chorando. Mas o choro continuava, parecia que vinha de baixo, perto de
uma árvore, uma das poucas árvores que ainda restavam naquela praça. As outras
árvores tinham sido cortadas pelo Dr. Pafúncio, um rico industrial do ramo dos
papéis, porque suas folhas sujavam a calçada de sua casa no Outono. Suas
fábricas destruíam milhares de árvores por ano para fazer papel, e seu Pafúncio
não plantava se quer uma para compensar as que derrubava.
A criança continuou parada, atenta ao seu redor para ver de
onde vinha aquele choro tão triste. Logo percebeu uma Tataruna que chorava ao
se arrastar tentando subir na arvore:
“Ai meu Deus, minha perninha, por favor me ajude, tenho que
subir na árvore”
Lamentava-se a Taturana.
- Oi Dona Tataruna, por que você está chorando?
A Tataruna, meio assustada, olhou para a criança e pelos
seus olhos enxergou seu coração, que naquele instante tinha se transformado em
tataruna, e falou:
- Oi menina, estou chorando porque caí da árvore e machuquei
uma das minhas pernas.
- Ui como dói.
- Agora não consigo subir na árvore outra vez.
- Coitadinha, deixa eu colocar você na árvore?
- Está legal, mas não toque em mim pois eu posso lhe queimar
e sua mãe não vai gostar. Entendeu?
- Como você pode mim queimar Dona Tataruna?
- É que eu sou uma lagarta-de-fogo, meu nome verdadeiro é Tata’rana
que em Tupi antigo quer dizer “semelhante a fogo”.
- Ah, eu pensei que seu nome fosse Tataruna.
- Pode mim chamar de Tataruna, eu tenho vários outros nomes
como Ambira, Bicho-cabeludo, Lagarta-cabeluda, Mandorová, dizem até que eu sou
um Lepidóptero.
- LE PI DÓP TE RO!!!! Que nome mais feio, eu prefiro
Tataruna.
- Eu também.
A criança pegou um graveto seco do chão, deixou que a
Tataruna se arrastasse até ele, e com muito cuidado colocou a lagarta-de-fogo
em um galho da árvore. A Tataruna procurou um lugar seguro e disse:
- Agora eu posso descansar um pouco. Adeus menina, muito
obrigado por ter me ajudado.
- De nada Dona Tataruna, quando eu passar aqui outra vez
venho visitar a Senhora. Cuidado para não cair de novo.
- Adeus.
Após alguns dias, a criança ao passar em frente aquela
árvore, lembrou da Tataruna e resolveu visita-la. Chegou perto do local onde
tinha colocado a lagarta-de-fogo e no seu lugar tinha um casulo já seco é
aberto. Ela olhou mais um pouco ao seu redor para ver se a Tataruna tinha
mudado de lugar ou caído outra vez.
Nada. Nada encontrou. Já ia se afastando, meio triste,
quando uma linda borboleta, toda colorida, que brincava nas poucas flores da
praça lhe chamou:
- Oi menina, não lembra de mim?
- Eu não Dona Borboleta. Eu não lembro de você!
- Eu sou aquela tataruna que você ajudou a subir na árvore,
Lembras?
A criança abriu um grande sorriso e seu coração já se
transformou em uma borboleta.
- Aquela lagarta-de-fogo é você???
- Verdade???
- Sim, verdade. Eu era uma lagarta-de-fogo e agora eu sou
uma borboleta.
-Ah! Então você também é mágico. O Tio não me falou que as
Tatarunas também eram Mágicos.
E a criança feliz da vida brincava entre as flores correndo
atrás da borboleta.
À noite, em seu quarto, contou tudo para o seu ursinho de
pelúcia, e adormeceram.
Jorge da Silva Leite -
São Paulo – SP.
Um conto magnífico, leveza e graça presentes na narrativa... muito especial e lindo como o esvoaçar das borboletas. Imagens belíssimas adornam a página. Parabéns e aplausos mil. Tudo show!
ResponderExcluirUm belíssimo conto, amigo Jorge, tão lindo quanto o universo da criança. Cores e graça fazem parte da narrativa. As imagens são lindas e significativas. Um texto informativo e leve. Parabéns e aplausos. A página ficou bela!
ResponderExcluirJá acordo lendo esse maravilhoso conto infantil, muita sensibilidade em um texto, que informa o leitor a Tataruna, que passa pelas metarmofoses da vida e vira uma linda borboleta. Uma mensagem edificante. Gostei muito do que li. Parabéns poeta Jorge, pelo sucesso do blog.
ResponderExcluirEita, que família de gente inteligente! A família Leite faz história. Feras no assunto. Lindo seu conto, Jorge Leite, magia e colorido, até os animais ganham vida. Parabéns! Muito bom interagir neste blog. Sucessos...
ResponderExcluirMuito belo e com uma mensagem especial, estou encantada com as imagens que embelezam toda página. Parabéns pelo conto poeta Jorge!
ResponderExcluirJá tinha comentado e náo apareceu. Será um prazer ler e comentar novamente. Lindo conto infantil, leveza adorna a temática. Belas e expressivas imagens! Parabéns poeta Jorge. Encantada com o blog.
ResponderExcluirPassando por aqui para reler este belíssimo conto, que traz uma mensagem edificante do poeta e contista meu irmão Jorge Leite. Uma história linda e emocionante. As imagens deslumbrantes. Um show em tudo. Parabéns pela excelente partilha.
ResponderExcluirEstou aqui relendo e deixando registrado meu comentário. Tudo muito lindo nesta página, um Conto belíssimo e leve, que traz uma excelente mensagem reflexiva, do amigo poeta Jorge Leite. As ilustrações estão impecáveis e despertam atenção da criançada. Tudo show, o universo da criança é mesmo mágico. Parabéns ao autor e ao blog! Abraços... Feliz sábado a todos!
ResponderExcluirExcelente Conto, uma página educativa que transmite mensagens reflexivas. O poeta Jorge Leite foi perfeito ao escolher as lindas e expressivas imagens. A poetisa Elisabete Leite já havia me falado sobre este Conto, sua beleza e riqueza nas mensagens. Parabéns amigo pelo Conto e sucesso do blog. Boa tarde! Leitura recomendada e aprovadíssima. Abraços a todos...
ResponderExcluirOlha eu aqui de novo, fazendo minha leitura e recomendando também. Um conto lindo, com uma mensagem reflexiva e imagens ilustrativas de muito bom gosto. O poeta Jorge Leite está de Parabéns. Recomendação aprovadíssima! Tudo lindo!
ResponderExcluirLinda e muito criativa a história da criança e a tartaruna. Os pequeninos vão adorar!!!
ResponderExcluirMaravilhosas ilustrações. Mais ainda o vídeo da borboleta pequenina!
Parabéns a você, Jorge Leite, que faz um pat perfeito com sua irmã! Grandes poetas e contistas. Legal demais! Beijos. Até a próxima.
Muito lindo seu conto amigo poeta Jorge Leite, amei as ilustrações criativas e educativas, as crianças merecem todo colorido e magia desta excelente partilha. Parabéns e abraços...
ResponderExcluirLindíssimo conto do meu amigo Jorge Leite, que traz uma mensagem reflexiva com imagens ilustrativas de muito bom gosto. O universo da criança e a magia da renovação. Tudo perfeito, li e agora relendo pude visualizar melhor a riqueza da narração. Parabéns e aplausos pelo sucesso do blog! As crianças vão adorar. Abraços...
ResponderExcluirPassando para reler e inficar este maravilhoso conto do amigo Jorge Leite, que é muito educativo, a magia da criança mora neste blog. Amei! Parabéns e abraços...
ResponderExcluirIndicar
ExcluirGostei bastante da leitura recomendada, o conto é lindo e emocionante. Trabalhei com os alunos e eles amaram cada detalhe. As ilustrações são educativas e acompanham o tema do conto. A imagem da coleção das Borboletas são bem expressivas e detalhadas. Parabéns! Voltarei sempre neste blog! Boa tarde a todos!
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