Jorge Leite
Permitir
Tento esquecer, mas
Lembro de ti constantemente,
Tento acreditar
Que não fazes parte de mim,
Nem no passado,
Nem no presente
Tento fazer crer
Que no futuro estarei só
Sem você, independente.
Dentro de mim
Meu coração palpita e diz:
Faz-me ri,
Queres destruir as ilusões
Criando outras,
Queres fugir
Do que estar em ti,
Queres mentir
Por acreditar em mim!
Ele insiste,
E continua a falar.
Tu me deste forças
Para sair
E agora queres me calar.
Tens medos de ouvir,
Tens medos de seguir,
Por mais que tentes evitar,
Tu me permitiste existir.
E ao permitir,
Deixaste aflorar
Tudo que estava em ti.
Tudo que estava a incomodar
Tudo que estava preso
E era preciso sair,
Mudar, gritar, chorar.
Por mais que tentes
Se enganar,
Sabes que somos dependentes.
E no meu palpitar
Tu me escutas
E no teu sentir
Faz-me chorar
Faz-me lembrar
De quem amamos,
De quem precisamos
Para nos completar.
Jorge Leite.
Alerta
(Um poema inacabado)
Deveras
acreditar que o mundo é emoção
Enquanto
parado fico,
As coisas
acontecem na contramão.
Insistentemente
pergunto o que fazer,
Erradamente,
isolo-me fora do coração.
Basta!
Podem gritar comigo
Alerta!
Podem falar
Xingo meu
próprio grito
Eu
vencido estou,
Gritando
a dor da separação,
Angústia
de está partindo
Jorge
Leite
Dois belíssimos e sentidos poemas... nostalgia, solidão, amores do passado, do presente; sentimentos perdidos na imensidão do tempo. As imagens complementam seus versos livres, mas o sentimento ainda continua preso em seu coração. Amei ler-te querido irmão. Encantada pela página. Parabéns pela excelente partilha. Beijos
ResponderExcluirBetinha minha querida, a arte de viver é composta por uma gama de sentimentos, e cantar a solidão, a dor, o sofrimento e a saudade não é está triste, é estar pronto para falar dos mesmos sem sofrimento, sem dor. É ser livre, e para se encontrar a liberdade tem que se vivenciar todos esses sentimentos. Beijos querida irmã.
ExcluirUma página impecável, dois lindíssimos poemas que se aproximam e se distanciam ao mesmo tempo, sentimentos guardados a sete chaves, que afloram nos momentos de dúvidas e de solidão, mas que podem ser controlados pela alma de um excelente poeta. Parabéns poeta Jorge Leite pelos versos e pelas ilustrações. Forte abraço!
ResponderExcluirNão poderia estar mais feliz do que estou ao lê sua mensagem tirada da própria alma. A vida e feita de contrastes, de dúvidas e certezas, se assim não fosse seria sem graça.Obrigado Maciel, leitor de almas. Um grande abraço.
ExcluirQue assim seja amigo! Nós poetas temos a sensibilidade de ler a alma. Obrigada pelas aprendizagens, aqui, neste excelente blog. Bravo
ExcluirEita que maravilha de página! Dois expressivos e lindos poemas; muita melancolia, solidão, sentimentos partidos. Gosto bastante deste estilo inovador. As imagens são notáveis, complementam o tema, a textura, a cor e definem a grandiosidade dos sentimentos. Parabéns amigo poeta Jorge Leite pela construção final. Abraços
ResponderExcluirFica difícil imaginar nossas almas de aprendizes sem sentimentos de solidão, melancolia, dor e dúvidas. A vida não e triste, mas também não e só alegria. Cantar e contar nossa mágoas se faz necessário, é a procura constante de aprendizado para crescimento interior. Obrigado Paulo, outro grande conhecedor dos sentimentos humanos.
ExcluirUma admirável página! Faço das palavras dos amigos as minhas. Dois belíssimos poemas, que retratam a grandiosidade dos sentimentos eternizados no diário da vida. Se existe sentimento, existe emoção... é poesia. Parabéns pelo blogue e o sucesso que fazemos parte. Abraços
ResponderExcluirObrigado Karen, você resumiu bem, a vida é sentimento e emoção, a poesia também, pois a poesia é a discrição da vida. Um abraço Karen.
ResponderExcluirQue linda página! Dois maravilhosos poemas, onde os sentimentos fluem em versos extraídos da alma do poeta e amigo Jorge Leite. As imagens completam o tema em foco tornando o cenário nostálgico e terno ao mesmo tempo. Parabéns por tudo! Abraços
ResponderExcluirObrigado Geovanna, adoro seus comentários, sempre precisos. Um abraço amiga.
ExcluirEste poema PERMITIR do poeta Jorge Leite tem a característica bem singular de alegria e dor, de um coração que ama na desesperança da dúvida, num toque de mistério ao questionar os sentimentos da amada. Gostei imensamente. Parabéns!
ResponderExcluirMary Almeida, muito feliz por sua visita e seu comentário. Você descreveu muito bem meu momento, quando escrevi esse poema livre. Estava nos anos 90, ainda em São Paulo. E o amor, por nós aprendizes, é dúvidas e certezas. Um grande abraço.
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