Jorge Leite
Recordações
Tanto tempo já passou,
Parece até que esqueci.
Mas nada disso mudou.
Ficaram todas guardadas
No fundo do coração,
De poder lhe ensinar.
Tantas coisas aprendi.
Espero poder mostrar
Como se faz uma pipa
Também como empinar
Vendo-a subir no céu,
Nas asas da ventania
Com ela seguem os sonhos
E todas as fantasias.
Nas pequenas bolas de gude
Tão coloridas quanto a vida,
Quero te ensinar as batalhas
Algumas delas perdidas,
Mas tantas foram vencidas
Na base da pontaria
Causando tanta alegria.
Na palma de minha mão
É coisa que aprendi
Com meu amigo Tião
Quantas brigas travamos
Por um pedaço de chão
No qual pudesse rodar
Somente o nosso pião.
Nas noites de São João
Além das adivinhações
Tudo era alegria
Quando se soltava balões.
Quantas guerras travamos
Atrás das bananeiras
Onde as armas, simplesmente,
Eram os temidos rojões.
Somente com valentia
Jacaré a gente aprende
Nas cristas das ondas altas
Mesmo que o prêmio seja
Um corte no nariz da gente.
E não se podia chorar,
Pois quem chora
Não é valente.
Tantas coisas aprendi
E quero tanto mostrar
Como armar alçapão
Passarinho poder pegar.
Calango se caçava
Com tiro de atiradeira
As balas, tão bonitas,
Eram de carrapateira.
Pescar com caniço,
Quanta emoção
As piabas que pescávamos
Devolvíamos para o mar
Pescador que se preza
Piaba não quer levar.
Tantas coisas aprendi
Que choro só em lembrar
Todas guardei bem trancadas
No fundo do coração
Tendo a esperança que um dia
Tudo poder lhe ensinar.
Jorge Leite, São Paulo – Recife
1970 -2018
Notas de Rodapé
A História da Bola de Gude
Ninguém conhece a origem desse jogo. O que surpreende é que
arqueólogos de vários países têm encontrado, em suas escavações, bolinhas
pequenas de argila. Para se ter uma ideia de como é antigo esse jogo, até em
túmulos de faraós foram encontradas as bolinhas de gude. Joga-se na Alemanha,
comprovadamente, há muitos anos. Jogava-se na Roma antiga, jogava-se na Idade
Média. Ninguém sabe, repito, onde começou essa modalidade, que, no Brasil,
passou a ser um jogo para crianças.
A modalidade bolinha é a mais conhecida. São quatro
buracos, na terra, que se chamam birocas ou box. Os jogadores,
dois, três ou quatro, jogam suas bolas até a primeira biroca. O que ficar mais
perto iniciará o jogo. Ele tem de colocar sua bola na primeira biroca, depois
na segunda, terceira e quarta, ficando pronto para “matar” os demais. Se o jogador
erra um lance de uma biroca para outra, começa a jogar o segundo, colocado na
escolha de saída. Quando um jogador cumpriu as quatro birocas, como dissemos,
sai para “matar”, e quem ele acertar com sua bolinha é eliminado. Em outro
sistema, o jogador sai da quarta biroca para a primeira e faz todo o percurso
até ter condições de “matar”.As primeiras bolinhas de argila tiveram companheiras de
madeira, pedra comum trabalhada, mármore, ágata, vidro e até aço. As de aço
nunca foram bem recebidas, pois, ao enfrentar bolas de outro material, causavam
danos nas demais. As de hoje são multicoloridas. O jogo de bolinhas ainda é
praticado em muitos países.
Também se usa a bolinha de gude em outras modalidades. O
triângulo, por exemplo, exige habilidade e perfeição do jogador. Faz-se um
triângulo no chão. São colocadas bolinhas, dentro da área ou nos ângulos. Quem
coloca a sua bola mais perto começa a jogar e a tentar acertar as bolas
adversárias para fora do triângulo, ganhando-as. Termina o jogo quando não há mais
bolas no triângulo. A aposta é feita com bolinhas e jogam-se quantas os
participantes quiserem. Bolinha de gude, atualmente, é um jogo infantil.
A Origem
A Origem das bolas de gude se confunde com a das
civilizações. Exemplares delas foram encontrados em escavações arqueológicas no
Egito e no Oriente Médio, com datas até 4.000 a.C.
Os antigos gregos tinham vários jogos nos quais usavam bolas de gude: os romanos tornaram populares pelo resto do mundo na forma de divertimento.
No início, elas podiam ser feitas de pedra, madeiras, argila ou autêntico mármore. Mas, no século XV, elas começaram a ser feitas de vidro, em Veneza e na Boêmia. No século XVII apareceram bolas de gude de porcelana e louça. As bolinhas de açõ nunca foram bem recebidas, pois, ao enfrentar bolas de material menos resistente, causam-lhes danos. As bolinhas de hoje são multicoloridas.
Gude era o nome dado às pedrinhas redondas lisas tiradas do leito dos rios.
Os antigos gregos tinham vários jogos nos quais usavam bolas de gude: os romanos tornaram populares pelo resto do mundo na forma de divertimento.
No início, elas podiam ser feitas de pedra, madeiras, argila ou autêntico mármore. Mas, no século XV, elas começaram a ser feitas de vidro, em Veneza e na Boêmia. No século XVII apareceram bolas de gude de porcelana e louça. As bolinhas de açõ nunca foram bem recebidas, pois, ao enfrentar bolas de material menos resistente, causam-lhes danos. As bolinhas de hoje são multicoloridas.
Gude era o nome dado às pedrinhas redondas lisas tiradas do leito dos rios.
Tirado do livro "Brinquedos e Brincadeiras
Populares", paginas 37 e 38 - escrito por três professores de Mossoró/RN -
Almir Nogueira, Edna Paiva e Rosely Fernandes
Recordações de uma Criança Grande

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