LIBERDADE
DAS BORBOLETAS
Era um dia quente de verão. Um jovem
pescador chamado Isaac estava remendando as velhas redes, para sua próxima
pescaria, quando viu duas belas moças caçando Borboletas e colocando-as dentro
de um vidro com tampa. Ele ficou a imaginar o porquê de as garotas estarem
aprisionando os adoráveis insetos que precisam voar, em liberdade à procura de
alimentos. As frágeis Borboletas esvoaçavam no ar, colorindo o céu de um canto
a outro, elas fugiam para não serem presas e, buscavam abrigo por entre as
folhas das árvores. Enquanto isso, as jovens sorridentes brincavam e corriam
sobre uma pequena ponte de madeira que cruzava um riacho perto da Colônia de
Pescadores denominada, “Liberdade Em Alto Mar”. De repente, Isaac notou que uma
das garotas estava em perigo. A moça vinha saltitando com um puçá na mão para
pegar uma Borboleta Amarela, nem percebeu que estava quase caindo no riacho.
Ele correu para avisá-la, mas já era tarde demais; a garota já havia caído.
Isaac mergulhou fundo e conseguiu alcançar a garota pelo braço. Logo, percebeu
que ela estava desacordada. Ele suavemente acomodou a dócil garota em cima da
ponte. Enquanto isso, a outra jovem saiu correndo em busca de ajuda... O
pescador estava muito preocupado e, procurava de alguma forma acordá-la. Então,
a linda jovem despertou de seu breve desmaio:
- Oh! Muito obrigada! Não sei como
agradecer a sua ajuda. Disse-lhe a garota ainda atordoada pelo fatídico acontecimento.
- Não precisa me agradecer! Eu quero,
apenas, fazer-lhe um pedido. Disse-lhe Isaac.
- Pode me pedir o que quiser!
Respondeu-lhe sorrindo.
A garota olha fixamente para ele
fascinada. Isaac ao olhar o rosto cálido e os lábios rosados da jovem, fica
encantado com tanta beleza e, logo pergunta-lhe:
- Qual é o seu nome? Eu nunca a vi
por aqui!
- Meu nome é Eva, estou passando às
férias escolares, na casa de uma tia, aqui na Colônia de Pescadores. Disse-lhe a garota.
Isaac olha para o vidro que continha
três magníficas Borboletas coloridas, quase sufocadas; como se elas estivessem
a pedir socorro:
- Eva, você pode libertar as
Borboletas? Elas precisam voar livres e leves, de flor em flor, sugando o
néctar para se alimentarem.
O rapaz continuava falando, ele
estava muito emocionado e triste:
- Ninguém consegue sobreviver
aprisionado dentro de um vidro. As Borboletas querem respirar, se elas
continuarem presas podem até morrer, elas passaram por difíceis metamorfoses, precisam
de liberdade. Disse-lhe o rapaz.
Isaac olha para Eva que está
soluçando de tanto chorar:
- Você gostaria de estar presa dentro
desse vidro? Liberte-as, por favor! Deixe-as livres...
Eva pegou o vidro e destampou-o, uma
a uma, as Borboletas foram alçando voo em total liberdade. A leveza era tanta
que parecia até que as Borboletas bailavam no ar...
Os jovens apertaram às mãos e, se
despediram.
Os tempos se passaram... Isaac e Eva
seguiram caminhos diferentes. A garota, mais amadurecida, sempre procurava se
recordar dos edificantes ensinamentos que aprendera naquele verão inesquecível.
Ela, agora, sabe que todos os Seres e Animais são livres por Natureza.
São lições diárias sem fim...
Elisabete
Leite – 04/06/2018
DOR DA SAUDADE
Ah! Esta dor que sufoca
minh’alma
Que aperta bem lá dentro
do peito,
Causa tristeza, rouba a
minha calma
E que não me permite
dormir direito...
Comprime o músculo do meu
coração
Deixa até um grito preso
na garganta
Promove o choro,
provocando solidão
Pois destrói os sonhos que
se planta...
É dor que tira minha
vontade de viver
Ofusca meus olhos,
encobrindo a visão
Impede-me de olhar o belo
amanhecer
Lágrimas escorrerem, de
tanta emoção...
Uma dor constante, que
cresce todo dia...
Que leva para longe, minha
esperança
Nostálgicos, são os versos
desta poesia
De tristeza, são as minhas
lembranças...
Dor, que me inibe de
contemplar a lua
Encobre a luminosidade da
minha vida
Provoca um vazio, fico sozinha
pela rua
Sem direção certa, sem
norte, perdida...
Saudade que acaba com
minha alegria
Fazendo sentir-me presa,
sem liberdade
Também tira o samba, minha
alegoria
Ah, como é intensa a dor
da saudade!
Elisabete Leite –
14/06/2018
ESCOLA
DA VIDA
Vida
de sonhos palpáveis
De
encantos, e projetos realizáveis...
Momentos
eternizados na alma
Amores
guardados dentro do coração
Sentimento
puro que induz à calma
Carinhos
trocados, afetos, afeição...
Felicidade
como meta certa
Sonhos
construídos com esperança,
liberdade
de ação e perseverança...
Vida
com menos erros e mais acertos
Leva-nos
à soltura de todos os apertos
Das
grandes aprendizagens constantes
O
uso do Livre Arbítrio, consciente...
Substitui
as tristezas por dias contentes
Vitórias
edificadas com coragem
E
os amigos queridos presentes
Nessa
vida de vindas e idas sempre
Onde
Deus é amigo de verdade
E
a fé torna possível o impossível
na
vida de muita gente...
Vida
de família presente
Sentimentos
guardados no diário da vida
De
paixão ardente
De
experiências construtivas
Ensinamentos
de toda e qualquer natureza
Nessa
escola da vida real
Onde
se aprende e ensina, com as asperezas
Colorindo
os tempos negros do mal
Porque
a vida também possui riquezas
Transformando
o feio em beleza
Cabendo
a cada um, fazer sua parte afinal.
Elisabete
Leite – 29/04/2016
Notas de Rodapé
Radiola
As crianças de 8 a 12 anos hoje possuem celulares de última
geração. Em seus quartos TV de 40 polegadas, PC Gamers e outras inovações
tecnológicas. Lembro que no final dos anos 50 e início dos anos 60, entre meus 08
a 12 anos meu irmão Antônio Jessé trouxe para casa um RADIOLA. Não era qualquer
Radiola, era uma Telefunken, uma radiola com válvulas, com toca-discos (vitrola)
e rádio, duas caixas de som todos em um mesmo móvel de madeira. Uma beleza.
Foi nessa radiola que comecei a ouvir os discos que Toinho
(Antônio Jessé) trazia para casa. Foi nela que ouvi a Orquestra de Ray Conniff,
Bert Kaempfert (Quem não lembra de Afrikaan Beat), Mantovani, Franck Pourcel, Paul
Mauriat e tantas outras orquestras. Foi nessa radiola que iniciei minha paixão
pelos clássicos. Clássicos como Beethoven, Tchaikovsky, Wagner, Verdi, Vivaldi
e tantos outros. Tudo em discos de vinil.
Toinho não ouvia muito MPB, esses eu ouvia no rádio da
radiola. No rádio também ouvia Blues Jazz, bolero, os Tangos argentinos e tantos
outros ritmos. Quando meu irmão estava em casa, ouvíamos as orquestras e os
clássicos; quando ele não estava eu fazia farra no rádio com Blues e MPB.
Provavelmente em 30 a 40 anos as crianças de hoje lembrarão
do seu primeiro Iphone, seu primeiro PC Gamers, sua TV de 40 polegadas e outras
inovações tecnológicas. Diferentemente eu lembro da nossa primeira radiola, comprada
por meu irmão, onde aprendi a gostar de Blues, bolero, os grandes clássicos, MPB.
A Telefunken não existe mais, porém as lembranças persistem como se fossem
hoje. Que tal ouvi agora Celly Campello
cantando “Estúpido Cupido” de Howard Greenfield e Neil Sedaka.
Jorge Leite - 14/07/2018
Jorge Leite - 14/07/2018
Uma belíssima página, do jeito que gosto. Ilustrações deslumbrantes embelezam o Conto e os Poenas, deixando-os com a leveza do esvoaçar das Borboletas; o momento poético foi enriquecido pela competência do poeta Jorge Leite. O texto que consta na nota de rodapé é sensacional: Grandes aprendizagens, saudades e recordações inesquecíveis. Muito obrigada, querido irmão! sinto-me feliz, lisonjeada e surpresa pela excelente partilha, não estava esperando este Conto, que tanto gosto. Chorando de emoção. Abraços e ótima leitura a todos!
ResponderExcluirUm Conto espetacular, com emoção, ação e suspense, bem ao estilo dos leitores. Uma página envolvente com lindas ilustrações e poesias, da querida amiga poetisa Elisabete Leite. O Conto deixa uma belíssima mensagem, as borboletas agradecem pela homenagem. O texto da nota de rodapé está impecável, o poeta Jorge Leite sabe passar emoção e sentimento. A história da radiola muito nos ensina... O amigo Jorge, faltou assinar o excelente texto dele. Parabéns a ambos! Aplausos ao blog. Obrigado por partilhar. Abraços
ResponderExcluirQue maravilha de Conto, muita emoção, suspense, com um toque especial de ternura e leveza. Belas ilustrações e poesias adornam esta belíssima página. A amiga poetisa Elisabete Leite sabe nos emocionar. O texto que compõem a nota de rodapé está impecável, o poeta Jorge Leite foi criativo e bem competente ao descrever este empolgante texto sobre a vitrola. Amei tudo! Abraços a todos... Show
ResponderExcluirQuando papai comprou uma Telefunken foi uma festa. Waldir Calmon, Românticos de Cuba, Neil Sedaka... Saudade!
ResponderExcluirBete, seu poema "Dor da Saudade" valeu por hoje. Seu texto sobre as borboletas é emocionante e agradável de se ler. Gostei igualmente do poema "Escola da Vida". Mais uma vez parabéns a você e ao Poeta e amigo Jorge pelas ilustrações. Uma riqueza!
Mais uma delícia de poema DOR DA SAUDADE. O texto é uma lição de liberdade que todo mundo anseia, seja a borboleta ou o ser humano. Não sou da época da Telefunken, mas imagino as lembranças despertadas aqui. Mais uma vez agradeço por esse momento poético. Parabéns a quem nos permite esse privilégio. Abraços.
ResponderExcluirEita, amiga poetisa Elisabete Leite que magnífico Conto, emoções envolvem o drama do início ao fim. Uma narrativa que transmite mensagem bem ao estilo da autora. As ilustrações e os lindíssimos poemas deixam a página com um toque especial de magia e leveza. O texto da nota de rodapé do amigo poeta Jorge Leite é excelente, lembranças com uma lição de conteúdo. Quando os irmãos Leite se encontram e para se emocionar. Tudo perfeito! Show... Aplausos e parabéns a ambos. Abraços
ResponderExcluirOh!Beta,achei lindo e emocionante, esse seu conto.A liberdade é fundamental, não só aos animais e também aos humanos.Ser livre correr sentindo a brisa em nosso corpo,é sentir que estamos em vida!Parabéns .
ResponderExcluirEstou aqui para prestigiar minha amiga querida Elisabete Leite, com seu belíssimo conto, a temática é fascinante, muita emoção e sentimentos, com um toque de leveza no ar. As ilustrações e as poesias deixam a página perfeita. Os domingos ficam mágicos com os contos de diferentes temas. O texto que compõem a nota de rodapé é uma maravilha, o poeta Jorge Leite nos deleita com lembranças e informações pertinentes ao conteúdo. Tudo lindo! Somente me resta aplaudir os irmãos "LEITE". Bravíssimo! Abraços de saudades.
ResponderExcluirQue beleza de página! Que dupla (de irmãos) dinâmica! Que bacana ler Elizabete falando de Liberdade, Natureza, Saudade e Lições que a Vida ensina! Que delícia são as boas recordações trazidas pelo texto do Jorge. Parabéns, queridos irmãos Leite! Obrigado pelo privilégio e pelo prazer de ler vocês! https://youtu.be/IeHtUlV2RRc
ResponderExcluirBelíssimo Conto, muita ternura e leveza em uma narrativa emocionante da amiga poetisa Elisabete Leite que trabalha com maestria o tema Liberdade. A página está maravilhosa, dois lindos poemas e belas ilustrações tornam este momento perfeito de arte. O texto presente na nota de rodapé, do também poeta Jorge Leite onde estão excelentes recordações, são lembranças e emoções... Parabéns a todos! Aplausos amiga Bete! Abraços
ResponderExcluirUma maravilhosa página! Um Conto lindo e emocionante que narra a liberdade em foco, a Borboleta e seu esvoaçar, uma leveza de história. Dois belíssimos poemas da amiga poetisa que sempre nos deleita com mensagens de grande valor existencial... as imagens ilustrativas deslumbrantes completam o tema abordado e a nota de rodapé é perfeita, o poeta Jorge Leite traz um texto com lindas lembranças. Amei tudo! Parabéns a ambos. Abraços e uma ótima semana a todos!
ResponderExcluirGostei bastante deste Conto, que trabalha a Liberdade vista por olhares diferentes, dos Seres como um todo. É singelo, leve como o esvoaçar das borboletas, a amiga poetisa Elisabete Leite, passa uma mensagem perfeita de duplo sentido, só vai entender quem olhar com olhos de amor. As belas imagens e os dois lindos poemas; sao poesias extraídas d'alma. O texto do poeta Jorge Leite apresentam lindas lembranças inesquecíveis. Parabéns aos poetas e a nós por fazermos parte deste canto de aprendizagens... gosto dos Contos de Elisabete por isso, além da narrativa, suspense, história, clímax eles trazem mensagens de Amor, Paz, Liberdade, Fé, Faternidade e tantas outras que sao necessárias para nosso crescimento existencial, valores que se perderam com o passar dos tempos e a autora tenta resgatá-los em seus textos. A nota de rodapé é notável. Aplausos a todos que fazem o blog. Abraços aos amigos e amigas...
ResponderExcluirQuero agradecer aos amigos, amigas, poetas, poetisas, familiares e leitores em geral palas ilustres visitas, gentis comentários e palavras de carinho. Fico lisonjeada pela confiança depositada em mim. Aproveito para desejar-lhes uma feliz semana. As palavras aqui registradas confirmam a minha jornada. Amei cada comentário. Um também "Obrigada" ao querido Jorge Leite. Beijos de Luz!
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