Uma Sereia em Meu Mar

Ano II - Edição Nº 281 - Tema Infantil
Tema das Imagens - Sereias

                          UMA SEREIA EM MEU MAR

          Era fim de férias escolares, o último final de semana antes do início das aulas, e a angelical Elisa olhava o temporal pela janelinha de casa, muita ventania, cerração e chuva, mas ela queria aproveitar as últimas horas na companhia do mar, porém as trovoadas de janeiro castigavam o pequeno povoado litorâneo, Sonho de Mar, e não deixava a bela garotinha molhar os seus pés no deslumbrante oceano ou banhar-se à beira-mar...

          A pequena Elisa era conhecida como Cachinhos de Uva, naquele pacato povoado, pois ela tinha cabelos negros e tão encaracolados que pareciam até cachos de uvas pretas penduradas pela sua cabeça, enquanto a cor da pele era quase transparente e tinha um rostinho bem torneado e rosado; ela vivia sorrindo do nada e amava contemplar as ondas que se quebravam nos arrecifes. Mas, a chuva não parava de cair, em um momento de trégua, a garotinha aproveitou para sair, jogou as sandálias havaianas para qualquer canto e correu bem depressa para o seu cantinho especial, uma espécie de ancoradouro para embarque e desembarque de pequenas embarcações que eram utilizadas para passeios turísticos e, que na verdade, era uma pequena ponte de madeira que adentrava no mar. Já estava quase chegando quando cruzou com sua mãe que aproveitou para passar-lhe um sermão:

          - Elisa, minha filha, tome cuidado! Outro temporal está se formando e é muito perigoso permanecer próximo ao mar. Ao primeiro sinal de trovoada volte para casa imediatamente, ainda estou vendo raios riscando a linha do horizonte!

          - Mamãe querida não se preocupe, esse é o meu mar, eu nasci aqui e conheço o que é meu na palma da minha mão. Até mais tarde!

          A menina saiu correndo sem olhar para trás, só parou de correr quando chegou ao final da ponte e sentou-se para contemplar a beleza do mar. De repente, ela ouviu um som estranho como se fosse um choro sufocado.  Elisa olhou de um lado e olhou do outro e nada viu, porém o som continuava sem parar. Então, Cachinhos de Uva abaixou-se e olhou por baixo da pequena ponte, foi quando viu uma garotinha chorando lá dentro do mar e, resolveu falar com ela:

          - Olá, linda menina, você está chorando tanto! Eu sou Elisa! Pare de chorar, por favor!

          - Eu sou Sea e estou perdida, não sei voltar para casa! Eu desobedeci a minha mãe e por isso eu fui castigada. Disse-lhe Sea.

         - Não se preocupe que vou te levar para minha casa e mamão vai ajudar você. Elisa procurava confortar a nova amiguinha.

          A menininha continuava chorando e resolveu contar para Elisa que não podia sair do mar, pois ela estava com sua cauda machucada:

          - Elisa, eu estou com um dodói em minha cauda e não posso deixar o mar. Eu sou uma sereia! As sereias não podem viver fora da água do mar. Ajude-me, por favor!

          - Uau, que lindo! Estou feliz porque as sereias existem. Eu vou descer até aí e olhar o seu dodói. Elisa falou e pulou rapidamente dentro d’água.

          Ela se aproximou da nova amiguinha, mergulhou e não acreditou no que viu. Pois, a garotinha era mesmo uma serei e estava com um machucado na ponta da cauda, que dificultava Sea de nadar. Elisa precisava fazer alguma coisa, pois sabia que não podia contar aquele segredo para ninguém, pois todo mundo iria achar que ela estava enlouquecendo. Foi quando se lembrou de que podia procurar um especialista no assunto para orientar a curar o dodói da amiga. Foi quando ouviu alguém falando com ela:

          - Olá, psiu, estou aqui! Passe algas verdes na cauda dela, assim, ela ficará melhor.

          - Uau, você é uma tartaruga-marinha! E pode também falar comigo. Que aventura de final de férias!

          - Sim, sou dona Taruga uma velha tartaruga-marinha e conheço tudo sobre o mar e a vida da sereia Sea. Suba em meu casco e vamos procurar algas bem verdinhas para curar a nossa amiguinha e ajudá-la a voltar para casa sã e salva. Disse-lhe dona tartaruga.

          Elisa tomou fôlego, mergulhou fundo e subiu no casco da velha tartaruga e foram à procura das algas, enquanto isso, a dócil Sea ficou bem quietinha esperando a seiva das algas, um forte medicamento, que para ela era um bálsamo. Em poucos segundos, Elisa reapareceu com as mãos cheias de algas, machucou-as em cima da ponte e fez uma pomada verde e, ficou esfregando no dodói da sereia. Logo, Sea estava sorrindo sem parar, pois aqueles movimentos circulares faziam cosquinha na cauda dela. Assim, com Sea curada era hora de pensar como ela retornaria para o Lar das Sereias, o local onde a pequena sereia vivia. Os sorrisos de Sea foram quebrados pela voz suave de um golfinho que procurava se comunicar com elas:

          Psiu, lindas meninas, eu posso ajudar vocês! Sou Merlin, o golfinho mágico, que pode fazer tudo acontecer.

         - Então, nos ajude, por favor! Eu preciso retornar ao Lar das Sereias e ainda sinto uma forte dor na minha cauda.  Disse-lhe Sea, pois Elisa não conseguia nem falar de tanto espanto, um golfinho falante e mágico era demais para ela.

        - É o seguinte: Vocês precisam aproveitar a lua cheia de hoje, logo mais à noite, quando a correnteza mudar de direção, vocês devem pegar uma carona na correnteza até o encontro da água clara com a água mais escura, Sea deve continuar no fluxo da água clara e Elisa deve retornar na mesma correnteza que foram de início. Porém, tomem bastante cuidado para não se perderem, senão vocês nunca mais acharão o caminho de casa, nem uma e nem a outra. Disse-lhes Merlin.

         As duas meninas ouviam com bastante atenção o que Merlin orientava e Elisa foi providenciar o traje de mergulho para ela e descansar um pouco. Enquanto isso, Sea permaneceu descansando para a grande jornada noturna...

          Quando a lua cheia resplandeceu radiante no céu, era o momento certo para as duas amigas, Elisa e Sea, seguirem as orientações do golfinho Merlin. Elisa, escondida da sua mãe, fugiu ao encontro da amiga Sereia, chegando ao local combinado as duas deram as mãos e aguardaram a lua cheia iluminar e a correnteza mudar de direção. Assim, quando a lua prateada iluminou o local, Elisa e Sea seguiram pela nova correnteza, a sereia estava apoiada no ombro de Elisa que a ajudava, pelo caminho elas foram aproveitando a grandiosidade do cenário, peixinhos de diferentes tonalidades passavam dando boas-vindas e elas seguiam firmes até o encontro das águas de tonalidades diferentes. Elisa parou e beijou o rosto molhado da amiga Sea, a emoção era enorme entre as duas, aos prantos Sea seguiu o caminho das águas claras até o Lar das Sereias, enquanto Elisa retornou para casa pela mesma correnteza. Logo, Cachinhos de Uva é despertada pela voz suave da sua mãe que dizia:

         - Elisa, acorde querida, já é tarde! Eu acho que você adormeceu aqui. Venha vamos para casa!

        - Sim mamãe, vamos para casa, que estou muito cansada!

        Chegando a sua casa a jovem, Cachinhos de Uva, adormeceu no chão frio da sala, pois ela estava exausta pela emocionante aventura daquela noite. Pela manhã ela foi rápido ao cantinho especial na intenção de saber notícias da amiga Sea. Logo, dona Taruga apareceu e entregou a Elisa um colar de continhas e um bilhete que dizia: “Elisa, tudo bem comigo, já estou com saudades... Sea”. Elisa sorriu e foi trocar de roupa para ir à escola!

          Assim, foi a emocionante aventura de “Uma Sereia em meu Mar”. Até a próxima pessoal!

Elisabete Leite – 3\01\2019.

QUEM SOU EU...

Quem sou eu?
Sou água que corre pelos rios
Riacho que deságua no Oceano
Sol que alumia os dias e aquece do frio
Lua que ilumina a escuridão da noite
Ponto qualquer que preenche um espaço vazio...

Quem sou eu?
Estrelas que formam uma constelação
Os planetas que habitam o Universo
Todo esplendor de cada nova estação
Rosas que embelezam e perfumam os jardins
O imenso amor sentido dentro do coração...

Quem sou eu?
O libertar do oxigênio ao meio ambiente,
Provocando a renovação do ar puro
O alimento com o seu essencial nutriente
Toda espécie de animal no espaço terrestre
Nascimento de uma vida que nos deixa contente.

Quem sou eu?
Uma extensão de água salgada, o Mar
O aroma da chuva quando molha a terra,
E quando produz o alimento para o nosso lar
O nascer e pôr do Sol na linha do horizonte
A grandiosidade de um sentimento que é amar.

Quem sou eu?
Aquela que tudo brota e produz com riqueza
Uma mãe que cuida dos filhos sem distinção
Sou área livre e habitável, repleta de beleza
Que fabrica o alimento para ser posto na mesa
O verde das matas e me chamo Mãe Natureza.

 Elisabete Leite

CANTINHO DA TIA BETA

Olá pessoa, é final de férias escolares, vamos aproveitar os últimos momentos e conhecermos sobre o universo das sereias!  Sereia ou Sirena é uma figura da mitologia, presente em lendas que serviram para personificar aspectos do mar ou os perigos que ele representa. Quase todos os povos que dependiam do mar para se alimentar ou sobreviver, tinham alguma representação feminina que enfeitiça os homens até se afogarem. O mito das criaturas híbridas, representadas na mitologia grega, como um ser que continha o corpo de um pássaro e a delicadeza de uma mulher. Ao longo do tempo, transfiguram-se na Idade Média em mulheres metade peixe. É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daqueles que, mais tarde, foram classificados como sirénios.

Em 2000 a.C., os babilônios louvavam o deus Ea, mistura de homem e peixe. Depois, surgiu a lenda de Astagartis, uma garota que se escondeu no oceano após matar outra pessoa, mas o mar se recusou a esconder sua beleza, transformando-a só parcialmente em peixe. No século 1, o romano Plínio, o Velho, escreveu sobre as nereidas, veneradas como ninfas do mar.

Sirena ou sereia?

Quem mais colaborou com o imaginário ocidental foram os gregos. Em 1100 a.C., eles criaram não só as sereias como as sirenas: mulheres-pássaros que causavam naufrágios ao distrair marinheiros com a voz. Diferentemente das mulheres-peixe, nunca se apaixonavam por humanos. Eram filhas do deus-rio Aqueloo, criadas para serem amigas de Perséfone, filha de Zeus e Deméter.

Até Colombo!

Falsos relatos já rolam há muito tempo. O próprio Cristovão Colombo afirmou tê-las visto, em 1493, perto do Haiti. Segundo o navegador, elas não eram tão bonitas quanto nos retratos. Cientistas hoje acham que ele pode ter visto um peixe-boi marinho, que vai à superfície respirar, emite sons parecidos com cantos e tem uma cauda achatada que lembra um rabo de sereia.

Documentira

Muitos passaram a acreditar nesse folclore após os documentários Sereias: O Corpo Encontrado (2012) sereias: A Nova Evidência (2013), do canal Animal Planet. Mas eles eram fakes, com atores interpretando experts e cenas forjadas. Isso era explicado nos créditos e foi dito à imprensa. O canal queria testar novos formatos de programas. Porém, não ficou claro para o público.

 À la Padre Quevedo

Os documentários tinham várias evidências inventadas. Uma delas, de um porta-voz da NOAA (Agência Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA), que afirmava que 65 pesquisadores concluíram que sereias vivem pacificamente ao nosso redor. Só que a própria NOAA soltou um comunicado posterior dizendo que não há evidência da existência desses seres.

(D)Efeitos especiais

As imagens de uma sereia gravada por um garoto com um celular e de outras “flagradas” por pesquisadores próximas do mar foram produzidas em computação gráfica. O “sereiologista” Marcus Plumkin, da Universidade da Flórida, que afirmava que essas criaturas habitam as águas quentes do Caribe e do Mediterrâneo, nunca existiu – era apenas um ator.

Mil e uma personalidades

Versões da lenda em outros lugares

Mami Wata - África

Segundo uma das lendas, quem encontrar seu espelho abandonado terá os sonhos capturados. Ela só os devolve após favores sexuais eternos.

Sirena – Ilhas Guam

Uma jovem que adorava nadar foi amaldiçoada pela mãe a virar peixe. Mas a avó interveio e a transformação só rolou pela metade. A moça se tornou protetora dos marinheiros.

Melusina - França

É a imagem que aparece no logo da rede de cafeterias Starbucks. Quando Melusina era bebê, seu pai a espiou tomando banho e ela se vingou dele. Em retaliação, a mãe a condenou a virar metade serpente (ou peixe) aos sábados

Iara - Brasil

Em uma das versões, ela era uma índia linda, cujos irmãos queriam assassiná-la porque sentiam inveja. Ela os matou antes e foi punida pelo pai, que a lançou no Rio Solimões.

Ningyo - Japão

Sua aparência é mais demoníaca, com uma cabeça similar à de um macaco. Chora pérolas e sua carne, se consumida, concede juventude eterna.

Pois é isso ai pessoal, somente espero que tenham gostado das pesquisas!

Nossas Pesquisas:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/afinal-sereias-existem/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia

 O VÍDEO DE HOJE: A PEQUENA SEREIA

Os Amiguinhos