Tema das Imagens - Maceió Antigamente
![]() |
Vista aérea do centro de Maceió |
O Almoço
A crônica a
seguir coloca-me a imaginar, uma situação hipotética e única, que comentários,
deliciosos e sagazes, ocorreriam se mamãe colocássemos todos ao redor de uma
mesa, servisse carapeta frita e ensopada (frita e ao molho de coco) e
aguardasse, pacientemente, a conclusão do almoço e anotasse os comentários de
cada um sobre o prato principal servido. É importante ressaltar que a reunião é
hipotética, como foi frisado acima, mas muitas reuniões ocorreram em nossa
juventude de forma similar. Talvez, com menos “pompa”.
⁃ Que comida maravilhosa, Toinho!! É
de morder a língua. Hum!!!
⁃ Quem faltou, se é que ocorreu, não
sabe o que perdeu. Não sei se aguardo a sobremesa, doce ou um cafezinho, ou
saio assim mesmo para conservar o gosto na boca! Não quero nem tomar água!
⁃ E o Dr. Jorge expressa-se com a voz
de professor complementando as palavras, da mais nova entre os irmãos, Betinha.
E o suco de maracujá com teor adocicado e forte! Outra delícia peculiar de quem
entende de transformar o sumo da fruta em suco. Almoço à altura de qualquer
banquete de políticos.
O maracujá dá um sono preguiçoso e permite
nos acalmar e deglutir de forma manhosa o manjar, como alimentação deliciosa e
apetitosa.
⁃ Vocês notaram como caldo está
espesso como se fosse acrescentado farinha para o engrossar. Será que foi assim
mesmo?
Ela não pode responder, mas se assim
pudesse teria dito com voz amorosa e firme, em um fio de doçura escorrendo
cuidadosamente, não nada foi acrescentado ao leite de coco após ser liquefeito
e coado em um pano de graduação fino. A especialidade é típica da família. Seu
pai era um especialista graduado na ciência da topografia.
⁃ A Lucinha, por sua vez, anunciou que
gosta mais do caldo de peixe com uma cerveja gelada e servida ao gelo.
Observem, cuidadosamente, o detalhe
primoroso e típico de um conhecedor tanto de culinária como da arte de beber,
cientificamente, uma cerveja. O malte, que é um produto da germinação de
cevada, acrescenta à bebida um sabor peculiar, adocicado, únicos saboroso.
⁃ Nisso eu concordo totalmente,
complementa Jorge, por isso não esqueci de trazer esse complemento
indispensável em um momento tão importante e inesquecível, uma reunião
familiar, com a surpresa de um prato principal tão saudável, importante e
representativo.
A ficção, como a poesia, permite
construirmos encontros inusitados e nos proporciona sonhos desejados envolto em
névoa de pureza e delicadeza. E ainda nos oferece imagens e pitadas do sabor
típico e característico da peixada. Acredito que meus irmãos ao fecharem os
olhos vêm água sair pelo canto da boca. Como se diz popularmente “é de dar água
na boca.”
⁃ A Fátima, com sua foi rouca, suave e
paciente, lembra para todos que Ela sempre nos presenteou com culinárias
deliciosas, como o seu bife na manteiga com verdura e especiarias. Porém, a
qualidade do que nos foi oferecido é indiscutível e sempre foi, apesar de seu
jeito preguiçoso, uma ótima cozinheira. Vocês são ótimos!!
⁃ Quem faltava dizer algo, estava
calada e absolvendo tudo com sabedoria (ouvir é a arte de aprender) e
complementou com paciência. Ela era tão linda e só fazia o bem para todos nós e
não seria diferente em um almoço tão importante.
Todos aplaudiram! Viva! Hurra!
Após este momento de euforia espontânea,
cada um levantou-se e os presentes separaram-se em dois grupos distintos. Um se
sentou, de forma reservada, e entabulou conversas sobre novos assuntos. O
outro, formado por algumas mulheres, começou cuidadosamente a retirar os pratos
da mesa de maneira metódica separando-os, cuidadosamente, naqueles que iram
para a pia e outros, não usados que seriam guardados. Concluída a exaustiva
tarefa, culminada pela limpeza de tudo, seria dada como encerrada a reunião.
Um vulto se dissolveu aos poucos, exalando
perfume de rosas. Parece que todos ouviram algo, pois pararam calados e
respeitosamente em silêncio. Ela, possivelmente, ao se ausentar, transferiu
energia que transformada em palavras, por quem tem a propriedade de o fazer,
seriam: “Estes são meus filhos como os criei e tão ansiosamente os deseja ver
reunidos. Obrigado, meu Deus.”
Todos congratularam-se fraternalmente e
dirigiram-se para seus respectivos destinos.
Antonio
JESSÉ Leite, Maceió - Setembro de 2019.
NÃO ENVELHEÇA MEU IRMÃO
Não envelheça meu irmão.
Envelheça o corpo, mas não a alma.
Envelheça as mãos, os pés, mas não a mente.
Envelheça a coluna, mas não se envergue.
Envelheça a vida, mas não a semente.
Envelheça quase todo, menos seu coração.
Não envelheça meu irmão.
Amigos partem e envelhecem,
Mas suas lembranças não.
Os filhos crescem e partem,
Mas não parta o coração.
As brigas ficam para trás,
As ilusões até já se foram,
Essas não voltam mais.
Não envelheça meu irmão...
O melhor da vida são os sentimentos,
Laços de amor, o alimento do coração
Belas lembranças, grandes momentos
A nossa família, as doces recordações
Oásis para nossa alma, o nosso alento...
Não envelheça meu irmão...
Deixe a juventude fluir do seu interior,
Livre-se das tristezas que tiram a razão
A sua presença enche a família de Calor,
É a chama que aquece o nosso coração
Envelhecer não, queremos o seu Amor!
Jorge Leite & Elisabete Leite
(Um dueto em
homenagem ao meu irmão Antônio JESSÉ Leite)
CRIANÇA CIDADE – CIDADE CRIANÇA
Como posso te esquecer, ó minha terra!
Deslumbrante Maceió, com suas tradições
Laços de família, semente que lá se
enterra
Bons frutos colhidos, guardados no
coração
Alegria incontida que no peito se
encerra.
Como posso esquecer o meu passado
distante
Que foi, incólume, eternizado em minha
memória
Uma vida mais que perfeita, em felicidade
constante
Vivências diárias, que formaram a minha bela
história
Fatos e sonhos sentidos, vividos, de maneira
marcante...
Como posso esquecer o banho de chuva no
terreiro
Do feijão preto com charque e bife ao
molho suculento
Da panela ao relento, que aparava a
chuva de janeiro
Do bolo de milho, pamonha e pé de
moleque puxento
Adivinhações
de junho, mostrando o futuro parceiro...
Como posso esquecer-me do sol, dos
banhos de mar
Da compra, na praia, do gostoso algodão
doce no palito
A Laranja Pera descascada e pronta para
se saborear
Daquele pirulito enrolado como sobrinha,
(meu favorito)
Da
piscina natural e do castelo de areia, à beira-mar...
Como posso esquecer-me de todas essas
tradições
Dos jogos de vôlei e queimado, lá na
minha escola
Das brincadeiras ingênuas, constantes
diversões
Da correria de pega e congela, pela
ladeira afora
Maceió, cidade querida, das grandes recordações.
Elisabete Leite – 28/12/2015
![]() |
Academia Alagoana de Letras, também abrigou a Prefeitura Municipal |
CHUVAS DE LEMBRANÇAS
A chuva cai,
com intensidade lá fora
Ah, saudade da
minha vida de outrora!
Do cheiro forte
da terra molhada
Trazendo
nostalgia... Devaneio calada
O tamborilar
dos pingos da chuva no telhado
Uma sinfonia que traz lembranças do passado...
Da casinha no
sítio, das frutas no pomar
Do aroma das
flores, muito bom sonhar!
O gorjear das
aves, anuncia o alvorecer do dia
O canto do
galo... Tudo era motivo de alegria
Do caminho de
pedra, até as plantas no quintal
Da correria e
dos banhos de chuva... sensacional!
O aroma gostoso
de café quente no fogão
O bolo de fubá
cheirando na mesa... Que emoção!
Até as
verduras, da horta, eram colhidas na hora
Saudade daquele
tempo que já foi embora...
Momentos
marcantes de uma história de vida
Lembranças da
minha inesquecível terra querida
De quando
criança... Tudo era apenas felicidade
Agora somente
sinto, no peito, a dor da saudade
A chuva traz
consigo o aroma, a brisa fria do vento
Reminiscências que não caíram no esquecimento...
E a chuva
continue molhando o verde da Natureza
Para brotar o
fruto, da semente, que se enterra
Fazendo-me
recordar esses agradáveis momentos
Fluindo de
dentro para fora, doces sentimentos.
Elisabete Leite
– 16/04/2016
Almas
Cozinheiras.
Véspera
de São João, 23 de junho, anos 60. Na manhã daquele dia, em uma rua chamada
Santa Fé, incrustada na Levada na pequena e agradável Maceió. Dona Lourinete,
convocava as "almas cozinheiras", acorda seus seis filhos e começa a
distribuir tarefas: “Jorge, Toinho, Socorrinho, Lucinha, Fátima, Betinha, vamos
começar. Você vá pegar folhas de bananeira, você vá descascar os milhos, guarde
as folhas mais verdes, vá ralar o milho, cuidado com as mãos, separe as espigas
para assar ...”. Seu Jessé já tinha comprado duas mãos de milho no dia
anterior.
Daquele
momento em diante, não se parava mais. Dona Lourinete era o chef, era o mestre,
era o regente, era o técnico de futebol; mostrava, fazia, mandava desfazer,
repetia, brigava .... Não parava um minuto, nem nós.
No final
da tarde, após um intenso e prolongado dia, todos estávamos cansados e felizes.
Sobre a mesa vários pratos de canjica que Betinha não deixava embolar, uma
especial para o Jorge; pamonhas que não abriam quando estavam sendo preparadas.
Pé de moleques enrolados em folhas de bananeiras que Toinho ajudou a tirar do
pé, e limpou. Se Dona Lourinete era o mestre, Socorrinho era a
contramestre, supervisionava tudo e fazia um pouco de tudo. Fátima e Lucinha
faziam e ajudavam em tudo.
Após
tanto trabalho, cada um pegava e dividia um grude para provar, uma delícia. O
beiju para o café da noite, estava sequinho. O enorme caldeirão de milho verde
ainda cozinhava no velho fogão. A mesa era complementada por bolo de milho e
suspiros. E todos suspirávamos aliviados e felizes por ter dado conta do
recado.
Todos os
anos era a mesma festa, até que crescemos, saímos de casa, pois a vida assim
nos obrigava, mas levamos na alma tais lembranças. Ontem passei o dia com
Fátima e Betinha, na casa de Fátima, quando elas foram orientadas pelas “almas
cozinheiras” e reproduziram aqueles momentos felizes de nossa infância e
adolescência. Passaram o dia na cozinha, e no final da tarde a mesa estava
repleta de travessas de canjica, bolo de milho, bolo de macaxeira, pamonhas e
outras delícias.
Jorge
Leite. Recife, 24/06/2018
É com imensa satisfação e alegria que venho apresentar e compartilhar, aqui, em nosso Blog Maçayó, uma belíssima crônica do meu querido irmão Toinho (Antônio JESSÉ Leite) para o deleite de todos nós. Na verdade um grande encontro dos irmãos LEITE e as saudosas recordações da nossa terra natal, Maceió, e seus encantos. Tudo magnífico, um cenário emocionante, lindas construções poéticas e literárias. Como também um belíssimo texto do querido poeta e irmão Jorge Leite.
ResponderExcluirAs ilustrações estão sensacionais que me fazem até chorar de tanta emoção.
A satisfação desse encontro é tão grande e relevante que não tenho palavras para descrevê-la. Sinto-me lisonjeada, emocionada e muito feliz pela partilha de hoje. Um verdadeiro show de união e prova de Amor entre os irmãos. Eu simplesmente uma gota de inspiração entre dois grandes sábios, dois oceanos de inspirações. Meus mestre na vida e na eternidade.
Parabéns aos poetas que desfilam por aqui.
Aplausos ao Blog pela iniciativa louvável.
Abraços e bom dia a todos!
A página hoje está simplesmente maravilhosa! Tipo fábula dos contos de fadas. CRIANÇA CIDADE, CIDADE CRIANÇA está perfeita, do jeitinho que eu gosto. Gostei demais da crônica de Antônio Jessé Leite, a crônica de Jorge Leite ...tudo perfeito.
ResponderExcluirParabéns aos grandes poetas deste blog que a todos inspiram com sua arte. Bjos para todos. E abençoada quarta-feira!
Oh Socorro Almeida, querida amiga poetisa! Fiquei muito feliz pelo seu maravilhoso comentário. Quem sabe faz ao vivo. Obrigada pela atenção de sempre e sua verdadeira amizade.
ExcluirUm forte abraço❤🏵
Venho ao Blog Maçayó para prestigiar nossos amigos, os irmãos LEITE, com suas artes poéticas e litetárias. Crônicas, textos, contos e poemas de grande valor literário. Belíssima crônica do Jessé Leite, belíssimos poemas da querida poetisa Elisabete Leite lindíssima recordação do poeta e amigo Jorge. Emocionantes imagens ilustrativas e tocantes lembranças dos irmãos, uma linda família.
ResponderExcluirParabéns para os poetas por essa magnífica quarta de sábios encontros.
Abraços para vocês e gostei demais da iniciativa.
Bravíssimo pelo show! Bom dia para todos!
Bom dia pessoal! Hoje o Blog está de parabéns. Antonio JESSÉ Leite compartilha uma crônica prá lá de maravilhosa, cheia de lembranças, na qual descreve um almoço em família como tantos que ocorreram em nossa infância e juventude. Além dos seis irmãos completavam a mesa o Sr. Jessé Horácio Leite e a "melhor cozinheira do mundo" Sra. Lourinete Gomes da Silva Leite.
ResponderExcluirAntonio JESSÉ Leite é Engenheiro Civil, Professor Universitário e Mestre em Matemática. Grande conhecedor da MPB e colecionador da música clássica universal. Muito devemos a esse grande homem. Parabéns meu irmão.
Sensacional pessoal! Uma Quarta com "Os Irmãos Leite" um grande encontro com fortes emoçőes. Um crômica linda e sentida do amigo Jessé Leite, belíssimos e saudosos poemas da amiga querida Elisabete Leite e esse tesouro do amigo poeta Jorge Leite. Aoreciei demais esse momento de arte apresentado pelos amigos. Todos os textos estão sentidos e com um boa dose de amor. Que família de gente inteligente. Só tem fera no assunto!
ResponderExcluirParabéns pela excelente partilha de hoje. Adoráveis ilustrações da cidade de Maceió localizado no estado de Alagoas. Que tivemos, eu e Lis, a honra de conhecer nessas férias.
Aplausos ao Blog pelo sucesso. Show!
Parabéns amigos, os LEITE em foco!
Abraços e bom dia!
Corrigindo: ... apreciei... localizada no estado de Alagoas...
ExcluirUau meus amigos, que maravilhosa quarta com os irmãos LEITE no Blog Maçayó! Lindas crônicas, belíssimos poemas, lindíssimo Conto, é sim um grande encontro de muita arte e fortes emoções. Uma quarta diferente, recordações saudosas da deslumbrante Maceió. Eu já conheço e acho uma cidade agradável e bastante acolhedora. As praias são lindas. As ilustrações de hoje em preto e branco deram vida a um passado inesquecível. Gostei de tudo, um show de talentos!
ResponderExcluirParabéns aos irmãos poetas por esse compartilhamento magnífico de hoje.
Abraços e um excelente início de tarde para todo mundo. Aplausos pela iniciativa.
Um brilhante encontro de irmãos na página de hoje no Blog Maçayó. Uma belíssima crônica do amigo Jessé Leite, lindos e sentidos poemas da nossa queridíssima amiga Elisabete Leite e outro texto belíssimo do querido amigo Jorge Leite. As ilustrações estão realmente impecáveis,o cenário em preto e branco demarcam lembranças do passado.
ResponderExcluirGosto demais desse poema de Bete CRIANCA CIDADE - CIDADE CRIANÇA lindooo demais.
Gostei da iniciativa do encontro. Parabéns para todos os irmãos LEITE.
Boa tarde e abraços!
Achei maravilhosa a página de hoje gente, muita arte e muita gente talentosa! Gostei bastante da crônica do amigo Jessé Leite, mais um irmão sábio na família, um relato bem estruturado com saudosas recordações também gostei muito da reedição de Almas Cozinheiras do poeta Jorge. Já a seleção dos poemas da querida Bete... são poemas que fazem o coração chorar.
ResponderExcluirAs imagens ilustrativas como sempre lindas e expressivas. É sim um show de quarta! Parabéns para os irmãos que desfilam nesse encontro.
Tudo muito lindo! Boa tarde e abraços.
Bete parabéns pela sua família!
É sempre bom interagir no Blog Maçayó, aprendemos de todas as maneiras. Hoje, realmente a página está bem estruturada, com um grande encontros de sábios irmãos. A crônica do amigo Jessé Leite é extremamente emocionante, deu para o leitor perceber como é importante exister amor entre familiares. Também amei os belíssimos poemas da querida poetisa Elisabete Leite e a reedição de Almas Cozinheiras do grande amigo Jorge Leite. Então tudo muito lindo, todo cenário em preto e branco, bastante original nas lembranças. Parabéns aos poetas pelo brilho das suas artes.
ResponderExcluirBoa tarde para todos e abraços para amigos e leitores.