Tema das Imagens - O Engraxate (Trabalho Infantil)
CANTINHO DA TIA BETA
Oi pessoal! A língua Portuguesa é riquíssima, com muitas
particularidades que deixam dúvidas, principalmente, no momento da escrita e da
fala. Diante disso, deixarei algumas dicas para que as sentenças sejam
construídas com coesão e coerência.
Portanto, fiquem ligados nas dicas!
A dica de hoje será o emprego correto dos porquês. O uso
dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Assim,
vou procurar esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão
a respeito desse assunto.
Quando devemos usar por que (separado e sem acento)
POR QUE pode ser usado no início de uma pergunta
(interrogativa), podendo ser substituído por: Por que motivo, por qual motivo,
por que razão e por qual razão.
Exemplos:
Por que você não vai ao teatro? (por qual razão)
POR QUE estabelecendo uma relação com o termo anterior
(relativo), podendo ser substituído por: pelo qual, pela qual, pelos quais,
pelas quais, por qual e por quais.
Exemplos:
O lugar por que passei era belíssimo. (pelo qual passei)
Quando devemos usar porque (junto e sem acento)
PORQUE pode ser usado em respostas e em explicações. E
pode ser substituído por: pois, visto que, uma vez que, por causa de que, dado
que, etc.
Exemplo: Eu não fui ao teatro porque estava chovendo.
(pois)
Quando devemos usar por quê? (separado e com acento)
POR QUÊ pode ser usado no final, seguido de um ponto de
interrogação. Pode ser substituído por: por qual motivo, por qual razão.
Exemplos:
Você não foi à escola, por quê?
Quando devemos usar porquê (junto e com acento)
PORQUÊ é um substantivo e tem significado de
motivo, razão. Vem acompanhado de determinante, como um artigo, pronome,
adjetivo ou numeral.
Exemplo:
Diga-me o porquê de você não ter me ajudado ontem.
(motivo)
Somente espero que vocês tenham gostado da dica de hoje,
do uso dos porquês. Até a próxima dica pessoal.
Nossas Pesquisas:
ZEZINHO ENGRAXATE
Era uma
vez um garoto chamado José Davi, conhecido pela comunidade como Zezinho
Engraxate, vivia engraxando calçados e peças de couro em geral para ajudar sua
família nas despesas da casa, pois sua mãe estava gestante, sendo uma gestação
de alto risco, e por a mesma ter idade avançada, ela tinha que permanecer em
total repouso. Seu pai havia viajado há alguns meses atrás à procura de
trabalho, e não retornou. Era um menino muito generoso, ajudava sempre seus
amiguinhos, doando balas, guloseimas e alguns brinquedos para alegrá-los.
Morava em uma comunidade humilde, em uma pequena cidade no meio do nada, porém
o garoto tinha muita disposição para executar com perfeição seu ofício, sempre
com Fé em Deus.
Toda a
manhã Zezinho acordava ao alvorecer, quando o sol ainda brincava com a aurora,
por trás dos montes, ele começava a se preparar para seu ofício diário de
engraxate... O garoto saia carregando seu pesado caixote de engraxate, pela
estrada esburacada de barro, até o local onde costumava ficar, em frente à
Paróquia de São Sebastião no centro da pequena cidade. Ficava o dia todo por
lá, engraxando e deixando os sapatos dos fregueses assíduos, com um brilho
peculiar que somente ele conseguia realizar. À noite o garoto voltava para casa
com seus ganhos do dia, passava na padaria do senhor Manoel e comprava pão e
leite; era a sua rotina diária... Certa noite, sua mãe esperou Zezinho chegar
do seu ofício e falou para ele:
- Meu
filho, as despesas estão aumentando, eu não posso ficar parada enquanto você
trabalha sozinho. Não é justo o que vem acontecendo! Eu vou voltar a trabalhar
e que Deus nos ajude.
O garoto
olhou para sua mãe, seu olhar era de pura tristeza, e respondeu-lhe:
- Mamãe,
a senhora sabe muito bem que não pode fazer esforço. Seu bem-estar e o fruto
que a senhora carrega em seu ventre são as duas coisas mais importantes nesse
momento. Pode deixar que eu farei horas extras! E ponto final, mamãe!
Zezinho
se dirigiu até a cozinha, tomou um copo de leite com açúcar mascavo e foi
dormir no chão da sala, único local disponível da casa... A lua se escondeu e o
sol resplandeceu com seus raios brilhantes no azul do céu. Naquele amanhecer o
garoto, mais uma vez, saiu confiante para execução do seu ofício. Ele sabia que
precisava dobrar seus lucros, e seu foco era a saúde da sua mãe. Seguiu pela
trilha de sempre até o seu destino...
Duas horas depois o menino estava na calçada da igreja quando um senhor se aproximou e pediu para ele ir engraxar em outro lugar, e disse-lhe:
- Menino,
você pode sair, por favor! Porque irei lavar toda entrada da Paróquia. Você
ainda é muito jovem para trabalhar!
Zezinho
olhou com tristeza para o homem que falava de maneira rude com ele. Então, não
pensou duas vezes, e rapidamente lhe respondeu:
- Senhor,
eu posso ajudá-lo? Eu sou forte e minha mãe está acamada com uma gravidez de
alto risco, e para completar o dia hoje está parado totalmente. Senhor, por
favor!
O senhor
levou o garoto até a presença do padre responsável pela paróquia daquela
comunidade. O homem explicou ao sacerdote que o menino engraxate precisava
ajudar sua família. O pároco olhou para Zezinho e disse-lhe:
- Meu
filho, eu estou precisando de alguém que ajude na missa aos domingos, sabemos
que não será remunerado. Mas, temos pessoas importantes que frequentam nossa
paróquia e essas pessoas podem precisar de cuidados especiais nos sapatos. E
isso não irá atrapalhar o seu ofício de engraxate no decorrer da semana.
- Senhor,
eu aceito! Preciso de toda ajuda possível. Respondeu-lhe
Zezinho
voltou para casa, e contou as novidades para sua mãe. Logo depois foi descansar
mais aliviado...
A semana
passou rápida e chegou finalmente o tão esperado domingo. O clima estava
perfeito, a temperatura bastante agradável, e Zezinho estava confiante em dias
melhores. Chegou bem cedinho à igreja e foi ajudar na arrumação das cadeiras.
De repente, olhou para o chão e viu uma carteira recheada de dinheiro, percebeu
pelo volume, pegou o objeto e foi levá-lo até o pároco. Entregou a carteira ao
responsável espiritual, que a analisou, procurando o nome do dono. Logo depois,
agradeceu ao garoto e mandou que ele fosse organizar o altar para o início da celebração...
Após a missa o garoto já estava se preparando para deixar o local quando alguém
se aproximou dele e falou:
- Jovem,
eu sou o dono da carteira que você encontrou, e estou muito emocionado e
agradecido pelas suas boas ações. O pároco falou que você estava precisando de
ajuda financeira. Eu gostaria de compensá-lo pela sua atitude. Eu posso saber
qual a sua idade? Pois, eu tenho uma proposta para você.
- Bom dia,
senhor! Eu tenho quatorze anos completos.
- Bom
saber disso meu jovem! Eu tenho uma proposta de emprego para você de Jovem
Aprendiz, em meu escritório. Assim, ao ser contratado, você terá um emprego de
carteira assinada, com todos os direitos trabalhistas e jornada de trabalho
reduzida, para ter a chance de estudar em horário contrário, do turno do
trabalho. Eu te aguardo no endereço neste cartão, munido de todos dos seus
documentos, na próxima semana. Obrigado meu jovem rapaz!
Zezinho
não conseguia acreditar no que tinha sido proposto. Ele se dirigiu até o altar,
segurando o cartão, e agradeceu a Deus, pela oportunidade do emprego. Saiu da
igreja feliz da vida e foi continuar o seu ofício de engraxate até o final
daquele dia.
O tempo
passou rápido, José conseguiu o emprego proposto, e deu continuidade ao seus
estudos. Sua mãe teve um lindo bebê, e ajuda nas despesas fazendo doces e bolos
por encomenda. E a família vai vivendo feliz!
Elisabete Leite – 25\11\2019
PORQUÊS DO OFÍCIO
Zezinho vivia engraxando sapatos
Executava, com êxito, o seu ofício
As pessoas respeitavam seus atos
Ações reconhecidas desde o início...
Por que ele trabalhava tão jovem?
Precisava mesmo era ir à escola,
Os reais motivos a todos comovem
Em sua idade tinha que jogar bola...
A mãe bem doente vivia acamada
Ele trabalhava porque devia ajudar
Oferecer conforto para mãe amada
Ela entendia o porquê do seu doar...
Sua honestidade realizou seu sonho
Sonho do primeiro emprego. Por quê?
Porque passou ser um garoto risonho
Felicidade nasceu no novo amanhecer.
Elisabete Leite – 25\11\2019
Engraxate e o Jornaleiro
![]() |
O Engraxate e o Jornaleiro |