ANO III - EDIÇÃO Nº 421
Tema das Imagens - Natal
UM NOVO NATAL No caminhar de uma esquecida estrada
Surge as mais remotas pisadas
Sofridas, feridas e encaliçadas
Marcadas por um tempo de sofrimentos
Que nem mesmo o tempo cura essas chagas
Vejo que se aproxima o Natal
E os sinos já batem sem força
O tilintar compassado sem entoação
Esse é mesmo um Natal diferente
Mas Deus não esqueceu sua gente
E do alto nos estende a sua mão
Onde vai estar papai Noel
Como será que virá nos presentear
Fardado com seus trajes ou de papel
Seu trenó na estrada dará muitas voltas
Irá encontrar caminhos estreitos e estradas tortas
Quem sabe se no próximo natal
Tudo estará renovado e as lições não remotas
O mundo volte ao normal cheio de graças
E o velho papai Noel volte e não se perca na volta
Acerte a nossa estrada não faça a rota errada
Que tenha o abraço aconchegante e a mesa farta
Baltazar Filho
13/12/2020
Baltazar Mauricio dos Santos Filho

Nascido em 1961, na cidade de Guarabira. Filho de Baltazar Mauricio dos Santos e de Elvira da Silva Santos. Casado com Edileuza Mendes Mauricio, com quem tem três filhos: Maria Laurine Mendes Mauricio, Maria Laraline Mendes Mauricio e Luiran Mendes Mauricio. Avô de três netos: Ana Luiza Mauricio Gomes de Lima, Artur Levy Assunção Gomes de Lima Filho e Ana Lívia Mauricio Gomes de Lima.
É ator escritor poeta, coreografo e servidor Público aposentado da Rede estadual. Iniciou na dramaturgia aos quatorze anos encenando a peça “A cigana no Tempo de Hoje” no palco do Colégio Estadual de Guarabira, Integrou a Diretoria da Escola de Samba Unidos de Santa Terezinha de 1985 a 1990, como diretor de fantasias e mestre sala. Compôs os cinco Sambas de Enredo, dando três títulos de campeã a escola. Em 1987 fundou o Grupo de Teatro “Espaço Livre”. Diretor do Teatro Geraldo Alverga de 1995 a 2002. Presidiu a Quadrilha Junina “Quadrilhando é um Xodó de 1982 a 2005. Coreografou a quadrilha Junina Nação Nordestina da Cidade de caiçara de 2007 a 2010 Coordenou o Setor de Eventos e Cultura do Educandário Nossa Senhora de Lourdes de 1991 a 2010. Autor e escritor de 23 textos para o teatro. Premiado como Melhor Ator por duas vezes no Festival Nordestino de Teatro de Guarabira com as peças “UM Caipira em Terra Estranha” e “Que Maravilha”.

UM NATAL DIFERENTE
Clarinha era uma criança linda, mas muito triste porque morava praticamente dentro de um hospital. A garotinha era portadora de um tipo de tumor localizado no cérebro, que fora descoberto há algum tempo; os médicos lutavam pela saúde da menina e tentavam minimizar os sintomas da doença. Era época natalina e o hospital estava todo decorado, com luzes coloridas e bolas de diferentes cores. O hospital era especializado em vários tipos de câncer infantil, e o que não faltava era criança circulando pelos cômodos daquele prédio. Dr. Jorge, o neurologista da linda Clarinha, foi falar com sua mãe sobre a doença dela, e disse-lhe:
- A senhora sabe da situação da sua filhinha. O resultado do primeiro exame não esclareceu se o tumor dela é maligno ou benigno, vamos realizar um novo procedimento cirúrgico, para definir o tratamento adequado. Assim, precisamos da sua autorização.
- Dr. Jorge, é quase Natal, mas se realmente for necessário, eu autorizo. Respondeu-lhe.
Já era noite quando a menina observou que sua mãe estava chorando, e disse-lhe:
- Mamãe, por que a senhora está chorando?
- Minha filha, o que você desejaria ganhar nesse Natal? Perguntou-lhe:
- Mamãe, eu quero ficar curada. Respondeu-lhe.
Mãe e filha saíram para passear no pátio, e lá Clarinha olhou para o céu e viu uma estrela brilhante se aproximando dela, parecia até uma estrela cadente. Logo, a menina fez um pedido: “Ela pediu para ficar curada".
Dois dias depois foi realizado o procedimento cirúrgico e retirada do tumor para análise...
Era véspera de Natal e o hospital se organizava para a festinha da criançada, com a patrulha do sorriso para animar os pequeninos... Os integrantes da patrulha circularam por todos os cômodos daquele hospital, levando sorrisos e distribuindo presentes. Logo, eles entraram na enfermaria de Clarinha e um dos integrantes colocou na mão da menina uma boneca e um envelope dourado. Assim, ela leu em voz alta o resultado da Biópsia, que confirmava que o tumor era benigno. Logo depois, Clarinha emocionada, desejou um Feliz Natal a todos...
Os tempos passaram e Clarinha cresceu forte e saudável.
A Fé faz o impossível acontecer!
Elisabete Leite (FELIZ NATAL!)
NATAL DE LUZ E AMOR
Peço a Deus, recolhida, em oração
Para que o nosso Natal seja de Luz
Que a Paz habite em cada coração
Pois é a mão de Deus que nos conduz...
Que enche nossa alma de claridade
Que provoca a comunhão entre irmãos
Pois precisamos de amor e fraternidade
As pessoas merecem viver em União...
Peço que o vírus seja banido da terra
E que a justiça prevaleça entre a humanidade
Amor seja a semente que se enterra
E dela germine bons frutos, a Caridade...
Peço a Deus, constrita, em prece
Que seja expulso da terra o desamor
Viver em harmonia a gente merece
Para que o Natal seja de Luz e Amor.
Elisabete Leite

25 de dezembro
Encontrei sentado num banco de praça
Um homem de semblante pensativo aparente
Seu olhar não saia dos paralelepípedos irregulares
Ao lado conseguia ouvir o ranger dos seus dentes.
Olhou para mim e disse estar decepcionado
Este ano não poderá cumprir sua missão
O governo não lhe dará permissão para tal
O proibido lhe trouxe tristeza e desilusão.
No passado era só alegria e emoção
As famílias sonhavam a chegada desse dia
O mais famoso nasceu na humildade do chão.
Mas agora a alegria ficou para trás Renas,
Renas, presentes e Papai Noel não pode
Sem calor humano não terá Natal jamais.
Emiliano de Melo
Guarabira-PB, 11 de dezembro de 2020

PAPAI NOEL EXISTE?!
De: Socorro Almeida
Essa época natalina me faz lembrar de uns acontecimentos da minha infância. Eu era uma criança muito traquina e adorava discutir com os amiguinhos, dizendo que Papai Noel não existia, e tomei como desafio dar a eles uma prova disso.
No final de uma tarde de domingo, véspera de Natal, eu saí de casa sem ser vista, em direção à praça de um bairro de Olinda, chamada de Praça do Jacaré. Ao lado, beirando a rua principal, havia uma retreta onde, nessas ocasiões festivas, a prefeitura contratava uma banda que fazia a alegria das crianças do bairro. E, maravilhada, já ouvia de longe a banda tocando Jingle Bells.
- Agora sim, vou atrás de encontrar esse tal de Papai Noel!
Do lado direito da retreta avistei um Papai Noel feito de argila, bem gordinho, de barba branca...cheguei bem pertinho pra ver se ele falava comigo. Do lado esquerdo, outro Papai Noel, que também nem se moveu e nem falou comigo, e só tinha olhos pro menininho muito fofo que tinha no colo.
- Ora, sabe de uma coisa... se ele fosse de verdade, teria falado comigo! - E corri de volta pra casa, disposta a debochar dos meus amiguinhos.
-Eita! Tanta gente em frente a minha casa!... Com certeza estão me procurando...
- E aí?! Encontrou com ele? - perguntou Toninho
- Claro que não! Eu te disse que ele não existe!
- Existe sim! Ele está lá dentro da tua casa! - Arregalei os olhos, incrédula...
- Mentira sua! - Gritei
- Pois então vai ver! - Disse Toninho, debochando de mim.
- Ô, Ô, Ô! Estava me procurando, Maria?! Pois aqui está a boneca que me pediu! - E colocou nas minhas mãos um pacote quase do tamanho de mim... E foi embora na sua charrete, puxada pelas renas e iluminada só pela luz das estrelas.
Agora que eu cresci, aprendi uma coisa muito importante: a visão da verdade está em nossos corações. São os nossos sentimentos que nos movem a acreditar que Papai Noel existe... aqui, ou ali, em toda parte...e aonde formos ele irá conosco, porque ele está dentro de nós. Ele se vai, mas quando a gente menos espera, ele volta... sempre no final do ano. E nós, crianças, ficamos por aqui perpetuando essa imagem, sempre em busca da verdade, de atenção e muito carinho, não é?!
FELIZ NATAL!!

Neste Natal
Neste Natal, meu bom Jesus
Venho pedir-te o firmamento azul celeste
As estrelas d'alva da vida cintilar
Neste Natal quero o sol, o céu, quero a luz!
Neste Natal, meu querido Senhor
Quero a reza da Missa e o canto
Da prece que une. Quero a beleza da flor,
Quero a graça. A ternura o encanto, o amor
Que não seja simplesmente em vão
Nossa passagem pela vida
E guardemos todos no nosso coração
Está lição primorosa
"A mão que empunha uma arma
Pode plantar uma rosa "
Marisa Alverga

Marisa Alverga Cabral, nasceu em Guarabira, Estado da Paraíba, filha de João Bezerra de França e Elvira Alverga Bezerra, no dia 17 de outubro de 1937. Reside na rua Dom Marcelo Pinto Carvalheira, nº 1173 – 2º andar- Bairro Novo, Guarabira, PB.
É formada em Letras pela UEPB.
Livros publicados: SIFONIA DO ADEUS - ´poesia – 1983; POR CULPA DO DESTINO – contos – 1985; SOMBRAS DO PASSADO – contos – 1983; SONHOS ESPARSOS- poesia – 1991; VELEIRO DA SAUDADE – POESIA -1991; NA VARANDA DA VIDA – crônicas 2003; ENCONTROS E DESENCONTROS/ MEETINGS AND DISAGREMENS – POETRY – 2013; MENSAGENS SEM FRONTEIRAS – 2016.
Tem poesias traduzidas para o inglês, francês, espanhol, grego e chinês.
A Revista SELECTED Wrinting (Colorado) – Estados Unidos, em seu nº 14 publicou o conto ALÉM DA IMAGINAÇÃO (DO LIVRO Por culpa do destino) MEU AMIGO FÁBIO do livro SOMBRAS DO PASSADO FOI PUBLIADO PELA Revista Nacional – Rio de Janeiro – RJ.
Integra a ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA editada pelo Ministério de Educação e Cultura – 1990 – rio – RJ e a primeira Antologia de Poetas e escritores do Brasil, selecionados pela Revista Brasília, com o conto O jogo da vida.
Um Natal Diferente Quando estendo meu olhar no verso
Pra falar de algo que não faço ideia
Deste novo Natal esquisito e adverso
Triste e diferente, até na Galileia
Nesta página rabisco esta odisseia
Falando de um Natal submerso
Diferente dos tempos de Panaceia
Este Natal, Senhor tão imerso
Papai Noel perdeu seu lindo trenó
Está disperso no Egito feito Faraó
Que Natal, meu Deus tristonho...
Vejo todas as Nações em puro desatino
Nosso universo perdendo o destino
Buscando renascer seu sonho.
Rita de Cassia Soares
15/12/2020

O Belo Natal
Natal, com amor e gratidão
Uma data de emoção
De encontros e reencontros
Buscando a felicidade da Criação
No dia que nasce o menino Jesus
A felicidade de toda uma nação
E nasceu o simples menino
Com tanto amor no coração
Nesta página sigo minha declaração
De alegria com esta ocasião
Pois és tão amável e companheiro
Vem aqui, para este festejo
Comemoramos neste dia abençoado
A união da família e os sorrisos expressados
Porque o nosso Jesus é isso, amor e esplendor
Demasiadamente feliz, por nosso louvor.
Gabriela Mota de Lima Luiz, João Pessoa
15/12/2020

Natal
Foram tantos os Natais
Que passamos juntos ou sois,
São tantas lembranças,
Tantas vivências,
Tantos nós!
Foram tantas alegrias,
Tantos presentes dados
Outros tantos quebrados,
Foram tantas paixões
Sem fé sem brasões,
Foram uniões e desilusões.
Foram tantos natais iguais
Tantos sentimentos dados,
Tantas esperanças e renascimento,
Tantas roupas novas,
Sapato apertado nós pés
Um laço no cabelo
A estrela de Belém
O presépio encantado
O parque de diversão
Foram tantos Natais
Todos iguais.
Enfim um Natal diferente!
Um Natal nunca existente
Um Natal pra se esquecer
Um Natal Doente, demente
Um Natal com um só sentimento
Um Natal onde reinará
Não o Menino Jesus
Não reinará Maria nem José,
Onde reinara o MEDO.
A desesperança,
Onde esquecemos os necessitados
Não trocaremos presentes
Pois tudo nos foram tirados
Não teremos roupas novas
Nem calçados apertados
Teremos a mentira reinando como verdade
Teremos o MEDO a nos acompanhar
E uma máscara nova
A esconder tantas outras usadas
Enfim um Natal Diferente.
Jorge Leite
Madalena, 15 de dezembro de 2020
Imagens: Natal - Artfile.ru