Tema das Imagens - Recife Antigo
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Francisco du Bocage. Recife Antigo. Recife, Pernambuco /
Acervo IMS
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Arvore Genealógica da Sra. Lourinete Gomes da Silva Leite. |
Genealogia
Genealogia é o mapa das ligações biológicas entre diferentes
indivíduos e gerações. Como ciência, é uma auxiliar da história, estudando a
origem, evolução e dispersão das famílias e respectivos sobrenomes ou apelidos.
Praticada em tempos passados exclusivamente pela elite, e
misturando indiscriminadamente lendas e fatos, servia mais ao desejo de afirmar
o prestígio das famílias e legitimar suas pretensões ao poder do que à
documentação da história e preservação da memória. A partir de fins do século
XVII passou a ser investigada de maneira científica, mas manipulações
ideológicas persistem até hoje. A genealogia tem associações profundas com uma
ampla variedade de políticas e ideologias raciais, sociais, culturais e
nacionalistas, e é um elemento fundamental na estruturação, coesão e
funcionamento das sociedades.
A genealogia se ocupa da identificação da ligação biológica
entre diferentes indivíduos e da reconstituição da sequência ordenada de
gerações dentro de um grupo familiar, buscando determinar as origens, a rede de
parentescos e a evolução cronológica da família. Numa perspectiva mais
abrangente, onde se associa à prosopografia, à história, às ciências humanas e
sociais, procura reconstituir o perfil e a história social, política, econômica
e cultural da família e seus integrantes, suas associações com outros grupos e
seu papel na sociedade. No âmbito da história a genealogia está centrada no
estudo das famílias, dando subsídios para e sendo subsidiada por outras
ciências, como a sociologia, a economia, a história da arte, a genética, a
medicina ou o direito.
A genealogia é reconstituída através de documentos escritos,
como atos legais (certidões, contratos etc.), bibliografia histórica, crônicas,
arquivos cívicos, familiares, judiciais, militares e religiosos,
correspondência, inscrições, lápides, imprensa e outros, mas também pode se
valer de tradições orais e imagens. A genealogia pode ser ascendente, partindo
do sujeito presente e retrocedendo pelas gerações antepassadas, ou descendente,
partindo do fundador da família e acompanhando a evolução da sua posteridade.
Atualmente a pesquisa da genealogia familiar se tornou uma
atividade extremamente popular, sustentada pela disponibilização de uma vasta
quantidade de dados arquivísticos e bibliográficos através da internet, mas
essa popularização acentuou os problemas na área, sendo feitas pesquisas por
uma multidão de amadores sem critério e método, usando fontes de baixa ou nula
confiabilidade, com o resultado de proliferarem largamente genealogias falsas
ou duvidosas. Segundo a pesquisadora Regina Poertner, as buscas genealógicas
são atualmente a terceira maior atividade na internet, perdendo apenas para o
comércio e para a pornografia.
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Guilherme Gaensly. Rua do Bom Jesus, c. 1890. Recife, Pernambuco / Acervo IMS |
MAMÃE LOURINETE ERA ASSIM!
Descrever Mamãe Lourinete é o mesmo
que falar do Amor! Do Amor incondicional, de um sentimento regado à pureza e
personificado em forma de Luz. Porque Mamãe era iluminada, a alegria dela de
viver, se apresentava a cada manhã e em todos os dias; ela contagiava, com sua
boa Luz, as pessoas que conviviam com ela.
Mamãe era como o sol que não se põe, e
que infinitamente acalora a terra; também como o esplendor do brilho do luar
pedindo passagem à vida, e iluminando as noites escuras e frias. Ah, Mamãe era
como pontinhos de Luz piscando por toda extensão do Universo!
Descrever a pessoa de Lourinete é o
mesmo que falar das flores; do colorido das rosas, da magnificência dos Lírios,
do aroma inebriante dos Jasmins. Porque Mamãe era a própria Natureza das
coisas, era o perfume das frutas no pomar, era tudo de mais belo existente no
mundo. Mamãe mesmo em seus momentos de tristezas, ela conseguia transmitir
sabedoria, e quando amanhecia brava também passava ensinamentos, as lições
presentes na escola que é a vida.
Para mim, Mamãe era uma sábia
conhecedora de todas as coisas; a minha professora querida, que me protegia do
frio, da escuridão e dos meus medos. Mamãe foi e sempre será a minha maior
inspiração. Uma Mulher forte, cheia de vida, e que principalmente, sabia
respeitar a prole que tinha.
Mamãe Lourinete, hoje, brilha radiante
lá pelo céu. Ela continua sendo tudo que descrevi acima; é a estrela mais
reluzente do Espaço Celestial, e eu consigo vê-la cintilando para mim.
Mamãe, a senhora é o Amor da minha
vida, a alegria de todas as horas, é a minha mais bela Poesia. Em sua companhia
fui muito feliz, e eu renascia todo dia.
Eu nunca te esquecerei... Eu te amo,
minha amada Mamãe!
Da sua filha,
Elisabete
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João Ferreira Villela. Bairro do Recife, c. 1865. Recife, Pernambuco / Acervo IMS |
CONTIGO MUITO APRENDI
Contigo aprendi a gostar das flores
Identificar o suave aroma da vida
Diferenciar nuances, tons e cores
Tirar lições das batalhas perdidas...
Contigo aprendi a cuidar de mim
Sentia-me salva ao tocar tua mão
Ah, teu perfume era puro jasmim!
Teu Amor morava em meu coração...
Aprendi a praticar as boas ações,
Grata por fazer parte de teu jardim
Sabia rezar, pedir a Deus em Oração...
Contigo tudo era bom, e nada ruim
Agora, tua Luz reluz na imensidão
Mamãe, meu Amor nunca terá fim!
Elisabete Leite
(Homenagem para um anjo de candura, minha Mamãe!)
Minha Dor
Existem dores que nunca acabam. Sei em detalhes como e
quando começou, sei quem a provocou, também sei que jamais a esquecerei. Não adianta
tentar escondê-la, ela sempre surge, ela sempre está presente, ela sempre dói;
e como dói, machuca e rasga meu peito. Chego a pensar que ela não existe, é
imaginação minha. Mas existe.
A única maneira de diminuir a dor é revivê-la, mesmo
causando mais dor. E pensar que convivo e amo quem causou tal sofrimento. Sou
sádico? Não. Perdoar é o único remédio para tal situação; porém como uma doença
crônica não curo, apenas controlo em níveis suportáveis para continuar a
existir. Existir na dor, sempre.
Essa dor que dói por dentro
É tão intensa
Que não sei como tirá-la.
Sei que já existe há tempos,
Que já não faço esforço
Para controlar.
Acordo lembro, durmo pensando.
Suas raízes são profundas
Que não consigo respirar.
Fico a pensar!
Se a tirar,
Continuo a existir,
Ou meu coração irá parar?
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Moritz Lamberg. Rua Primeiro de Março, antiga rua do Crespo, c. 1880. Recife, Pernambuco / Acervo IMS |
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Carta Natal da Sra. Lourinete Gomes da Silva Leite |
MAIO DO AMOR
O sol surgiu e a lua se escondeu
A aurora tingiu de luz o novo dia
O Amor germinou e maio nasceu
O gorjear das aves gerando alegria...
Ah, maio das mães, do trabalhador!
Inspiração, versos, rimas e poesias
O maior sentimento que é o Amor,
tem incrível força e perfeita magia...
Trabalhador que é bom cooperador
De mãos calejadas pela lida diária,
Possui a missão de bom semeador...
Já Mãe é uma obra-prima literária,
Seu ventre é um abrigo acolhedor
É uma árvore frutífera e hereditária.
Elisabete Leite
(Parabéns aos trabalhadores pelo seu dia, em especial aos
profissionais da saúde!).
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Moritz Lamberg. Ponte Princesa Isabel, c. 1880. Recife, Pernambuco / Acervo IMS |
Link das Imagens:
Lourinete Gomes da Silva Leite, nasceu na cidade de Rio Largo, em Alagoas no dia 01 de junho de 1926, faleceu em Recife no dia 02 de junho de 2004. Analfabeta, em 25 de novembro de 1942 se casou com Jessé Horácio Leite, em Maceió, Alagoas e juntos criaram e educaram seus filhos Antônio Jessé Leite (Engenheiro, Professor Universitário e Matemático), Maria Socorro da Silva Leite (Médica Reumatologista e Professora Universitária), Jorge da Silva Leite (Médico), Lúcia Maria Leite Primo (Veterinária), Maria de Fátima Leite Zeferino (Educadora) e Maria Elizabete da Silva Leite (Educadora, Poeta e Escritora). Aprendeu a ler um pouco, a escrever e as operações matemáticas no antigo MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização, voltado para educação de adultos). Uma pessoa sábia, cozinheira exemplar que gostava de cantarolar para suas plantas ao entardecer e à noite sentava na calçada em frente a sua casa na Rua Santa Fé, 259 em Maceió, no bairro da Levada,cercada por crianças contava histórias infantis e lendas urbanas. Em alguma outra morada, amanhã estará completando 94 anos, provavelmente cantarolando e contanto sua inesquecíveis histórias da "carochinha". Parabéns Mamãe Lourinete! Feliz Aniversário!