Dois grandes poetas ilustram a seção "Encontro de Poetas". O paraibano de Gaurabira Baltazar Filho que já nos emocionou com poemas como: "O Canto das Garças Azuis" - Ed. 242; "A Trola do Poeta" - Ed. 427 e "Hipócritas" - Ed. 432, entre outros trabalhos publicados, encontra-se com a poeta alagoana, de Maceió, Elisabete Leite que desde as primeiras edições do "Blog Maçayó" faz bonito em nossas páginas. Elisabete Leite, além de poeta e contista é Educadora e nos traz um belíssimo e perfeito Indriso "Intensos Lampejos".
Teus beijos são intensos lampejos
Labaredas da tua ardente paixão,
Que despertam diferentes desejos...
Fazem arder meu sensível coração
Ah, benditas faíscas que aquecem!
Que parecem um vulcão em erupção...
Os meus lábios cálidos estremecem...
Pelo desaguar das várias sensações.
Elisabete Leite
Banho-me em uma revoada de lembranças
Envolvida pela suave magia da melancolia
Daquele tempo de outrora, quando criança
Era um mundo colorido, cheio de fantasia...
Somente brincava feliz, sem pensar na vida
As asperezas não faziam parte do dia a dia
Da inimiga tristeza, eu até vivia esquecida
Minha alegria mesmo era voar na poesia...
Viajava livre, dando asas à imaginação
O que eu escrevia fluía de meu interior
Retirava os sentimentos de dentro do coração
Expressava, em versos rimados, todo o amor...
Eu sabia aproveitar cada instante da vida
Deitada na relva, contemplava o azul celeste
Pedia que na terra houvesse mais
harmonia
E que a Paz reinasse de Leste a Oeste...
Elisabete Leite

DURA REALIDADE
De repente, a terra vira pelo avesso
Ruas descoloridas, frias e desertas
A poesia perde um relevante verso
E estrelas choram pela luz incerta...
Ah! A morte ronda em cada estrada
O inane da alma deixa o dia sem cor
A vida perde o brilho e fica maculada
Todo mundo chora de sofrimento e dor...
As pessoas ficam sós e enclausuradas
Um vírus letal, sem nenhum pudor
Deixa a roda da vida desequilibrada...
Mas o universo precisa de esperança e amor
Para que a terra gire de maneira equilibrada
E do mundo seja banido o vírus do terror.
Elisabete Leite
INSPIRE E RESPIRE
Primavere-se, deixe o coração florir!
Respire e sinta a essência do amor
Exercite a face, e libere o seu sorrir
O jardim da alma é puro esplendor...
Poeme-se, voe nas asas da imaginação!
Libere seus versos todo instante e dia
Sentimentalismo à flor da pele e emoções
Depois sinta o doce aroma da magia...
Inspire-se, sinta diferentes sensações!
Viaje pelo passado, presente e futuro
Respire fundo e solte sua inspiração
Atraque seu barco em um porto seguro...
Respire-se, solte o ar dos pulmões!
Libere o sentimento e suas alegrias
Deixe o sangue circular pelo coração
Aproveite para tecer a mais bela Poesia.
Elisabete Leite
Por Baltazar Filho
Ah! Se eu fosse Deus faria tudo voltar ao começo.
Ao início do mundo, quando Noé ergueu a sua arca.
Seria o óbvio, porque evitaria esse momento da pandemia.
Eu extinguiria da natureza os maléficos predadores
Daria um fim aos devastadores, para a floresta não desmatar.
Eu seria um controlador da ciência, um inventor radical.
Eliminaria do planeta certos tipos de animal racional
Desinformatizaria o roteiro da vida e desvirtualizaria à tecnologia.
Não seria professor de cientistas malucos e nem de ufólogos loucos.
Eu daria um rumo diferente, inventaria um preciso calendário.
Mudaria a rotação da terra, acabaria com a guerra e faria a terra girar ao contrário.
Por Baltazar Filho
Me escutem por gentileza e prestem atenção!
Sejam curiosos e não duvidem do que irei contar
Pode parecer uma anedota, não é inventada
Não é um mexirico e também não é lorota
É que na casa de Dona Aurora, os homens vestem calça forusque e casaco de couro
As mulheres roupas longas adornadas de ouro
A saia com sete anáguas de filó e armada com arame
No pescoço um cordão de ouro com um crucifixo grande
Um espartano bem apertado pra manter a formosura
Pra moça não ficar encalhada e não trabalhar na agricultura
A pois bem nos tempos dos senhores de engenho, a mulher só conhecia o homem depois de casados
Vestiam-se de roupas longas com mangas compridas e babados
Um véu cobrindo a cabeça, nos pés meias e sapatos
O vestido de gripir bordado, abotoado até o pescoço, e dado um laço
Dois bolsos de cada lado, em volta um endosso no formato de dois bisacos.
Era um dia qualquer de inverno. O clima estava frio, penetrante e acinzentado, pois que o tempo parecia morto, assim como as folhas secas das árvores quando tombam sem vida pelo chão... Alice era uma jovem sonhadora que, após a morte inesperada e trágica de seus pais, precisava ir morar em outra cidade, com uma tia que nem conhecia, Dona Estela. Enquanto Alice aguardava o táxi chegar para levá-la ao Aeroporto, permanecia parada ouvindo o tamborilar da chuva em contato com a vidraça da janela. A garota sabia que aquele dia seria o último naquela casa e lugar. Seu olhar se perdia na imensidão do tempo, as lágrimas escorriam pela sua face rosada. Ela chorava e suspirava ao mesmo tempo, pela dor da perda dos queridos pais...
A viagem foi tranquila e, quando ela chegou ao local de destino sua tia já a esperava, o coração estava acelerado, pois o medo da incerteza era enorme, porém ela precisava ser forte.
- Boa tarde, tia Estela! É um grande prazer conhecê-la. Disse-lhe Alice.
- Boa tarde, minha sobrinha! Você é bem mais bonita pessoalmente. Disse-lhe sua tia.
Assim, as duas choraram juntas pela mesma dor da perda e, Alice contou para Estela, em mínimos detalhes, como foi o acidente que ocasionou a morte dos pais... Finalmente acomodada, ela podia observar todo ambiente da casa, que era muito simples. Como o clima estava frio, Alice se deitou na cama para descansar e logo adormeceu . Quando acordou a chuva já havia cessado e o deslumbrante luar iluminava seu quarto pela fresta da janela. Naquele momento a garota se sentia como se tivesse renascido. Dois toques breves na porta trouxeram Alice de volta ao presente:
- Pode entrar, por favor! Já estou acordada.
- Alice, você conseguiu descansar? Venha comigo, pois o jantar já está sendo servido. Disse-lhe sua tia.
- Sim titia, eu consegui dormir um pouco! Respondeu-lhe a garota, ainda, atordoada pele sono.
- Alice querida, eu quero que você conheça, seu tio Guilherme, o meu esposo. Disse-lhe Estela.
As duas seguiram ao encontro do senhor Guilherme que já era casado há vinte e cinco anos com Estela...
Os pensamentos de Alice voavam no tempo e ela começou achar tudo aquilo muito estranho, não compreendia o porquê daquele tratamento tão especial, seus tios eram muito amáveis com ela, pois na verdade Alice nunca tinha os conhecidos até o presente momento e, os seus pais enquanto vivos dificilmente falava sobre eles. Dúvidas começaram a martelar em sua cabeça. Assim, aconteceu a apresentação de praxe.
- Boa noite, querida Alice! Sou o seu tio Guilherme. Disse-lhe um homem alto, de cabelos grisalhos.
- Boa noite, tio Guilherme! Respondeu-lhe a jovem com um ar de desconfiança.
Logo após o jantar, a garota fez um passeio pela casa toda, a simplicidade do ambiente era comovente, tudo parecia muito confuso para Alice, que começou a sentir medo, um aperto no coração. Ela observou que nas paredes havia várias fotos do casal com um bebê no colo. Alice voltou para à sala onde os seus tios estavam e começou a falar:
- Tia Estela, vocês tiveram filhos? Onde eles estão?
Estela e Guilherme se entreolharam e, seu tio deixou o local aos prantos, enquanto sua tia respondeu-lhe as indagações:
- Sim, tivemos uma única filha! Por que a pergunta, Alice?
- Porque eu vi várias fotos de vocês com uma criancinha de colo. O que aconteceu com ela?
O senhor Guilherme entrou cabisbaixo na sala e, começou a falar:
- Alice, não acorde o passado; foi algo muito doloroso e sofrido para todos. Nada que eu fale agora irá mudar o seu passado.
- O meu passado talvez não, tio Guilherme, porém o meu futuro sim! Respondeu-lhe Alice.
- Guilherme, por favor! Alice, vá dormir que falaremos depois sobre isso. Disse-lhe Estela.
Alice olhou fixamente para os seus tios, permaneceu ali parada, enquanto as lágrimas rolavam pela sua face cálida, enxugou os olhos e foi procurar dormir...
O dia amanheceu pardacento, com muita chuva e raios riscando o céu de um canto a outro. Alice percebeu que o silêncio predominava no ambiente, somente os fantasmas do passado, as dúvidas do presente e as incertezas do futuro estavam por ali...
Alice saiu à procura dos tios para amenizar suas dúvidas, circulou pelos diferentes cômodos da casa, mas seus tios não estavam por lá, ela começou a sentir uma angustia, quando viu uma carta em cima da mesa, que dizia:
"Querida Alice, Bom Dia!
Venho por meio desta comunicar-lhe que eu e Guilherme resolvemos passar uma temporada afastados de você, pois o que irei contar-lhe é muito difícil e bastante doloroso para nós, não esperamos PERDÃO de sua parte, mas apenas compreensão.
Minha querida, eu e Guilherme casamos muito jovens, não tínhamos nem emprego, a amiga de Guilherme era quem ajudava a gente. Sim, tivemos uma maravilhosa filhinha, um sonho de criança, mas estávamos passando por muitas dificuldades e então, eu resolvi procurar um casal rico para adotar nossa filha, fiz contra a vontade de Guilherme que ameaçava acabar com o nosso casamento. Mesmo diante às ameaças dele, eu entreguei o nosso bebê para um casal rico que prometeu adotá-la e cuidar dela como se fosse a própria filha, porém em troca, tínhamos que nos separar da criança e ser apenas tios.
Alice, eu e Guilherme somos os seus PAIS BIOLÓGICOS, porém procure compreender minha atitude, pois o que fiz: FOI TUDO POR AMOR.
Nós te amamos muito! Segue o endereço de onde estamos.
Da sua mãe Estela.”
Alice sentiu o mundo todo desabar, como tivesse caído no fundo do nada; ela já não sabia diferenciar as atitudes praticadas pelos seus pais adotivos, e nem pelos seus pais biológicos. Ela começou a chorar e chorar sem parar, pois para Alice todos erraram e, um erro não justificava o outro.
Os tempos passaram... Alice resolveu procurar os pais biológicos, e foi logo falando ao encontrá-los:
- Meus tios, vocês são os meus pais biológicos, porém os meus verdadeiros pais, já morreram, eles fizeram tudo por mim, estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida, sentiram as minhas dores e os meus risos. Tios, pais são aqueles que criam, educam e amam. Eu tenho gratidão e amo vocês, mas como meus tios!
- Minha filha, foi tudo por amor! Por favor, reflita! Disse-lhe Estela.
Alice saiu sem nem olhar para trás.
E se fosse você, perdoaria seus pais biológicos?
Elisabete Leite (Editado e readaptado em 2021)
CONHECER
“Verum sine mendacio, certum et verissimum: Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius” – “É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro, o que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo” –. (Hermes Trismegisto {Thoth}). Na natureza, encontramos padrões, fórmulas, designs e estruturas geométricas, desde as partículas mais minúsculas, às expressões de vida discerníveis pelos olhos humanos, ao cosmos maior. Estes inevitavelmente seguem arquétipos geométricos, que nos revelam a natureza de cada forma e suas ressonâncias vibracionais.
INTRODUÇÃO À GEOMETRIA SAGRADA
Fonte: Sacred Geometry
Eles também simbolizam o princípio metafísico subjacente da relação inseparável da parte com o todo. É esse princípio de unidade subjacente a toda geometria que permeia a arquitetura de todas as formas em sua miríade de diversidade dentro da criação universal. Este princípio de interconexão, inseparabilidade e união nos fornece um lembrete contínuo de nossa relação com o todo,
A esfera
O círculo é uma sombra bidimensional da esfera, considerada ao longo da história cultural como um ícone e símbolo da Unidade Inefável; o cumprimento indivisível do Universo. Todos os outros símbolos e geometrias refletem vários aspectos da perfeição profunda e consumada do círculo, esfera e outras formas dimensionais superiores que podemos imaginar.
A razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro, Pi, é o número transcendental e irracional original. (Pi é igual a cerca de 3,141592653589793238462643383279 50288419716939937511 …)
Não pode ser expresso em termos da proporção de dois números inteiros, ou na linguagem do simbolismo sagrado, a essência do círculo existe em uma dimensão que transcende a racionalidade linear que ele contém. Nossas perspectivas holísticas, sentimentos e intuições abrangem os elementos finitos das ideias que estão dentro deles, mas têm uma sabedoria maior do que pode ser expressa por essas ideias sozinhas.
Na matemática, o número pi é uma proporção numérica definida pela relação entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro; por outras palavras, se uma circunferência tem perímetro p e diâmetro d, então aquele número é igual a p/d. É representado pela letra grega π.
O Ponto.
No centro de todo círculo ou de toda esfera existe sempre um ponto [.] infinitesimal central. O ponto não precisa de dimensão, mas abrange todas as dimensões. A transcendência das ilusões de tempo e espaço resulta no ponto do aqui e agora, nossa luz mais primordial da consciência. A proverbial “luz no fim do túnel” está sendo validada pela literatura cada vez maior sobre as chamadas “experiências de quase morte”. Se nossa essência é verdadeiramente onipresença espiritual, então talvez o “ponto” de nosso estar “aqui” seja reconhecer a unidade que compartilhamos, validando todos os “indivíduos” como aspectos igualmente preciosos e sagrados daquele indivíduo.
A própria vida como a conhecemos está inextricavelmente entrelaçada com formas geométricas, desde os ângulos das ligações atômicas nas moléculas dos aminoácidos, às espirais helicoidais do DNA, ao protótipo esférico da célula, às primeiras células de um organismo que assumem as formas vesical, tetraédrica e estrela (dupla) tetraédrica antes da diversificação dos tecidos para diferentes funções fisiológicas. Nossos corpos humanos neste planeta se desenvolveram com uma progressão geométrica comum de uma para duas, de quatro para oito, dezesseis … células, primárias e além.
Quase em todos os lugares que olhamos, a inteligência mineral incorporada nas estruturas cristalinas segue uma geometria imutável em sua exatidão. Todos os padrões de rede dos cristais expressam os princípios de perfeição matemática e repetição de uma essência fundamental, cada um com um espectro característico de ressonâncias definido pelos ângulos, comprimentos e orientações relacionais de seus componentes atômicos.
Continua na próxima edição do Blog Maçayó.