Olha que essa paixão fria e deslavada
Afugentou meus cães bravos e adormecidos
Numa peleja e outra a me morderem
Como se fôssemos desconhecidos.
Não há, porém, correntes e calmantes
Que embarguem seus cruéis ataques
Num gesto irracional das mentes dominantes
Vitoriosos, se lambem, me olham e latem
Se não há mais agora o que lhes bastem
Se retiram a procura de outros amantes!
E aqui me encontro sob a carne dilacerada
Ninguém viu, ao meio-fio, essa desgraça
Agora entendo aquela frase tão falada
"Os cães ladram e a caravana passa!"
Socorro Almeida
Recife, 24/04/2021
Ele gosta de falar do mar
Das ondas sobre a areia
Das cores do arco-íris
- promessa de Deus aos homens.
Ele gosta de falar das flores
A cada uma lhe dá um nome
Mas que só as rosas têm
O encanto que vê em mim.
Ele gosta de me perguntar
Por que as nuvens choram tanto
Se tem o mundo aos seus pés?
Por que os oceanos aceitam os rios
Se tantas águas têm?
Ele costuma me dizer que é mentira pura
Só haver mistério entre o céu e a terra
Se em meus olhos há tantos mais!
Que as profundezas dos oceanos
Não lhe causam medo
Mas o meu olhar, sim!
Que os tremores que a terra faz
São os abraços que lhe dou.
Que a natureza só finge ser malvada
Porque é menos má que eu!
E eu... já que não tenho as respostas
Vou me deixando ser amada
Exatamente assim...
Como se ele só existisse
Em razão de mim!
Socorro Almeida
Recife, 03/05/2021
O amor não dói, não machuca, não fere,
O amor não repulsa, não incomoda, nem repele,
O amor não bate, não mata, não expele,
Mas conjuga a vida, transforma e ajunta
Os momentos que nos trazem felicidade,
Com a alegria que de pouca, se faz muita,
E quando não se tem a certeza, se pergunta:
Você está feliz?
O amor é só o amor,
Exclui do seu cardápio a dor,
Abraça e se une em clamor.
Buscando a felicidade, expressa só bondade,
Assume a cada passo da vida,
Apenas a lealdade!
Desperte, portanto, amor…
Ele não tem raça nem tem cor,
Com sexo ou sem sexualidade,
Nada é mais importante nesta vida
Do que o amor...
Que se expressa de verdade.
Luiz Manoel de Freitas
Quanta verdade me sai do peito,
Quanta emoção me preenche a alma,
Meu coração me revela calma,
Eu sinto paz, sobre o meu leito.
Em nada me perturba a solidão.
Até porque, não a sinto por aqui,
Estar só, não é ser solitário,
Estar sozinho não é tão ruim.
Trago no pensamento uma multidão,
Falo com cada um através da mente,
Troco ideias, poesia e cânticos,
Acredito em todos, pois não sou descrente.
Mesmo que seja divergente,
Não vou ceder a sua posição,
Ainda que me veja irreverente,
Ser eu, íntegro, sincero e consciente,
Queira ou não queira, é a minha decisão.
Luiz Manoel de Freitas
Neste Natal, de 2020, bem atípico,
Porque a pandemia nos detém,
Gostaria de lhe dar esse presente,
Pois sei que gosta de poemas também...
E é na poesia, que melhor expresso AMOR,
Pois ela toca bem na alma do meu ser...
Por isso quero lhe homenagear, agora,
Dizendo do AMOR que tenho por você...
É um AMOR meio escondido, disfarçado...
Mas, tão Profundo que aperta o coração...
De admiração, de orgulho, bem dosado,
Pelo que sempre fez, até hoje: GRATIDÃO!
Você é, mesmo, uma mãe abençoada...
Se dividindo em mil, por todos nós..
E agora, bem mais velha e vaidosa,
Ainda tem lugar, pro AMOR dos bisavós...
Por isso, nesse Natal eu lhe bendigo...
Embora, não podendo lhe abraçar,
Receba esse poema como presente,
Pois, foi com você que aprendi a AMAR!!!
❤️Tásia Maria
As horas de minha vida.
Vão passando devagar.
São lentas e passivas,
E não me deixam contar.
O relógio bate, bate...
Em seu ritmo controlado.
Meu coração, ao contrário.
Bate sempre acelerado.
Ouço um bater esquisito...
Quando estou pensando.
É a máquina do tempo,
Que a vida está marcando.
As horas vão passando,
Os minutos acompanhando.
E aquele relógio apontando,
As horas de minha vida,
Que naquela despedida,
Não pude me conter.
Olhei o relógio e disse:
__ Deixa o tempo passar,
Mas, não deixe ele me esquecer!
Deixa esse tempo correr,
E as horas seguir passando
Porque eu vou caminhando pelas estradas além.
Decidir meu destino.
Que só a mim convém.
Passaram-se muitas horas...
E o tempo também passou.
Só não passou a saudade,
Que em meu peito ficou.
As saudades
que eu senti,
Com aquela despedida.
O tempo ficou marcando,
Nas horas de minha vida!
Marizete Santos.
Memória fantástica, a capelinha de melão!
Uma canção mimosa pra criança dormir.
Ninava para adormecer e acordar São João.
Uma magia, ele adormecia só em ouvir.
Capelinha de melão é do menino João.
Cheira a cravo, exala a rosa, a manjericão.
Quanta sutileza no balbuciar da canção!
As brincadeiras tinham muita animação.
As cantigas de rodas, saudosa diversão.
As palmas seguiam um ritual com alegria.
As meninas versavam com empolgação.
Os meninos repetiam o refrão em calmaria.
Capelinha de melão, cheirosa!
É de São João, linda canção!
É de cravo é de rosa, mimosa!
É de manjericão, acorda João!
Baltazar Filho
08 de julho de 2021
Vivo no nexo da sua razão
No sentimento quase oculto
No nosso verbo temporal
Na sede de um deserto
Vivo, eu sei que vivo
O amor retribuído
Em versos e canções
Nos encontros planejados
Nas noites de chuvas
Nas manhãs de verão
Eu sei que estamos vivendo
O nosso amor e a nossa
paixão
E o brilho do nosso sentimento
Não é justo respondê-lo
Apenas no coração.
Rita de Cassia Soares
Pirpirituba 19/07/2021
O meu pé de tamarindo não é tão frondente quanto o de Augusto.
Mas, a brisa das manhãs o paquera todos os dias.
Seus cachos ondulados têm o mesmo charme que os de Augusto.
O sabor dos seus frutos é tão delicioso quanto qualquer um.
Um dia meu pé de tamarindo terá semelhante importância que o busto de Fafá.
Não há de quê chorar, mas canseira sim, de trabalho!
Meu pai também se foi, mas não levou saudade, deixou.
Se pudesse ficaria na eternidade, à tua sombra
O meu testamento não teria validade
Pelo desejo de tua sombra, tamarindo!
Emiliano de Melo
Guarabira 10 de fevereiro de 2019
Lindos cabelos longos e castanhos
Com belas esmeralda no olhar
Um sorriso maravilhoso e fofo.
Sua pele tão branquinha como neve
Sua boca tão macia e linda
Com seu batom vermelho borrado aos poucos de um beijo.
A pretty woman (uma bela mulher)
simply a spectacle (simplesmente um espetáculo)
José Neto
Pirpirituba PB.
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Era outono, o vento soprava ameno espalhando folhas amareladas pelo chão, cenário encantador, que se estendia do plano até a serra, fazendo fluir fortes emoções; era o espetáculo de mais uma estação. Estela, garota naturalista, que trocou a agitação da cidade pelo sossego do campo, vivia intensamente na companhia da Flora, da Fauna e de seu amiguinho felino de estimação, o gatinho Rodolfo, seu fiel companheiro de todos os instantes; nada era mais importante e gratificante para ela de que os momentos de interação com ele e a natureza, parecia até que ela compreendia a linguagem das plantas e dos animais...
- Rodolfo, aqui bichano!
Tenho uma tigela com boa ração para você saborear! Vem aqui menino querido! Rápido que já vai chover!
O silêncio persistia e a garota começou a ficar preocupada. Rodolfo vivia livremente e nunca havia desaparecido, até o presente momento. De repente, o céu escureceu, a chuva começou a cair forte, raios riscavam todo espaço celestial, o ruído ensurdecedor do trovão se fazia presente; eram os primeiros sinais que uma tempestade estava se formando. Estela ficou mais apreensiva ainda, quando um vento forte e tempestuoso veio derrubando tudo pela frente, quase não tinha um lugar seguro para a garota se abrigar. Logo, um redemoinho se formou e Estela se segurou na velha cadeira de balanço, que ficava no terraço, mas a coitadinha da cadeira se quebrou de tanto rodopiar; a mesa onde estavam as frutas do desjejum matinal, ficou suspensa no ar, e foi de encontro à cabeça da garota que desmaiou em seguida, e quando despertou estava em outro lugar. Ficou assustada, se perguntando, o que havia acontecido: "- Meu Deus, será que estou morta?!" "- O que houve, e que lugar é esse?!" E pôs-se a chorar, descontroladamente...
Estela olhava de um lado para o outro, sem entender nada. De repente, abriu-se, a seus olhos, a visão de um esplêndido jardim que, trespassado por raios argênteos do sol, formavam faixas douradas, na relva macia e salpicada de madressilvas e margaridas. Ela permaneceu triste, mas por entre os galhos e troncos, Estela avistou seu querido amigo Rodolfo abanando a cauda peluda para ela, como se quisesse se comunicar, miava e girava sem parar. Ele usava vocalizações para expressar suas emoções e dava grunhidos para Estela compreender sua linguagem. Rodolfo queria a todo custo se comunicar com ela. Logo depois, a jovem se viu diante de dois caminhos: de um lado uma luz obscura, provavelmente o olho do vendaval, e do outro seu amiguinho Rodolfo, que parecia até sorrir, ele mostrava-se confiante, com olhos de quem ama. A garota ficou perplexa, completamente indecisa, sem saber qual caminho deveria seguir. Não sabia ao certo, se era melhor ficar ou fugir! Contudo, seguiu o comando do seu coração, e correu até Rodolfo; todavia quando segurou seu amiguinho no colo, desmaiou mais uma vez, e despertou sentindo as lambidas de Rodolfo pela face; abriu os olhos devagar, e percebeu que estava cercada de entulhos, o vendaval havia deixado um rastro de destruição por todo lado, nada ficou inteiro, mas ela se sentia viva e segura ao lado do amigo. Estela afagou o dorso do amado felino, se levantou compassadamente, saiu passando por cima de um emaranhado de madeiras e lixos, que ocupavam todo caminho de pedra, e foi reconstruir a sua vida.
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Elisabete Leite
AMIGOS, AMOR, AMIZADE
Amor amigo acalma a alma
Aflora a autêntica amizade,
Abriga a admiração, adoração
Assim, afasta até a ansiedade!
A amizade alimenta a alma,
Acorda a afável anunciação
Abençoando ao acolhimento
Amor amável, adere a ação...
Amor amigo acolhe a amizade,
Acordando a afinidade, a adesão
Abraços, amparo, até aconchego
aos acertos, alicerce, ascensão...
A amizade amplifica a afeição,
Afeto aumenta a alusão a alguém
Alegria, apreço, abrigo, adoção
Amizade atrai atenção ao amar!
Elisabete Leite
Definir meu querido irmão, Jorge Leite, é o mesmo que falar do Amor Fraternal, e de tantos outros sentimentos reunidos em uma única pessoa, porém somente os sentimentos salutares, aqueles que causam equilíbrio ao corpo e a mente, se fazem presentes. Como descrever um Ser Humano que, na verdade, é um dos motivos da minha felicidade e do meu crescimento pessoal e literário; é o mesmo que me olhar no espelho e vê a pessoa de Jorge em meu reflexo. Porque para mim ele faz parte do meu legado, tem influência diretamente na minha construção de vida. Jorge é, e sempre será, um ídolo para mim, um irmão herói. Minha vida é como um quebra-cabeça bem estruturado, cada parte chave para a formação de um todo, tem um toque mágico dele (Jorge), uma pincelada de ensinamento, as lições diárias que me impulsionam para minha realização pessoal. Jorge sempre acreditou em mim, em meus contos, em minhas crônicas, em meus poemas, em minha arte poética e literária de modo geral. O filme AO MEU MESTRE COM CARINHO, retrata muito bem a minha trajetória de vida ao lado dele, pois que Jorge para mim é um mestre, o irmão que eu sempre quis ter, que me ampara, me auxilia, me abriga, me ensina a arte de viver, e me define como a pessoa íntegra que sou.
Jorge é livre por natureza, sua poesia retrata ele muito bem; já eu sou o seu oposto, sou clássica e colorida, e me amarro nas sonoridades das rimas, eu sou a melodia dentro da poesia, mas ele é a leveza de um pássaro Condor, a beleza do Colibri no ato de beijar à flor. Claro que juntos formamos uma unidade, porque somos irmãos que se completam. Ele é o meu todo, o meu mundo. Eu e ele formamos NÓS. A primeira pessoa do plural, não somos singulares, mas sim um conjunto.
Jorge, amanhã 26/07 será seu PARABÉNS, mais um ano de vida ao seu lado. Sendo assim, quem faz aniversário é você, querido irmão, mas quem ganha o presente sou eu, pela satisfação de tê-lo ao meu lado. Um Feliz Aniversário, meu mestre! Muita Paz, harmonia, amor, alegrias, saúde, Fé e Poesia. Eu te amo incondicionalmente!
Da sua irmã mais nova,
Elisabete Leite, simplesmente Betinha ❤️
Andorinhas gorjeiam de felicidade,
Cantam melodias suaves de amor
Anunciam alegres a sua nova idade
Em demonstração de afeto acolhedor...
Mais um ano de vida para agradecer
O seu doce sorriso tem graça e beleza
Rita de Cássia que chegou para florescer
e encher nosso dia a dia de cor e leveza...
Borboletas esvoaçantes parecem bailar
De flor em flor e jogam pétalas ao chão
Em sinal de comunhão ficam a encantar
Brindando o momento de congratulação...
Amigos expressam amor nesse versar
Como prova de carinho e consideração
e desejam sucessos em seu caminhar
Parabéns, querida Rita, de coração!
Elisabete Leite e Amigos - 24/07
Rita de Cássia, querida amiga, ontem (24/07) foi seu aniversário, um dia tão especial, por ser a data em que comemoramos a sua chegada ao mundo, eu quero lhe desejar mil felicidades e tudo o que há de melhor no mundo.
Que o seu percurso de vida seja longo e que nele nunca falte amor, amizade, saúde, paz e esperança para superar as asperezas nesse tempo de pandemia.
Sorria muito e seja sempre feliz! Nós gostamos muito de você e sabemos como é especial e única, generosa e amiga, e merece toda a felicidade, multiplicada pelo infinito! PARABÉNS e Feliz Aniversário! Beijinhos 🍾🥂🎂🎊🎊🎉🎉❤️💐🌼🍀🍃🍂.
Abrace-me.
Envolva-me em teus braços,
Sinta o meu corpo,
Deixe-me sonhar.
Envolva-me em teus sonhos,
Faça-me voar.
Minha pele queima,
Cheia de desejos
Meu corpo sua.
Quero que sejas meu
Que me possuas,
Que me tome nua,
Faça-me vibrar.
Beije os meus lábios
Ávidos pelos teus,
Toque minha pele
E me deixe nua,
Rasgue minha roupa
Abra minha alma
Faça penetrar
Todo seu ímpeto
Dentro do meu ser.
Vire-me ao avesso
Faça-me viver.
Deixe-me que seja
Tão somente sua
Na minha pureza
De poder fazer
Que você se sinta
Tão somente meu.
Os nossos corpos
Ao se dissolverem
Tornam-se um.
Tu estás em mim
Eu estou em ti
A nos possuir.
Quando afastados
Em nossos caminhos
Muito diferentes,
Direções contrárias
A nos separar,
Estaremos juntos
Em nossos momentos
Em nossos sonhos
A nos abraçar.
Jorge S. Leite
SP - Recife.